Casos de ansiedade e síndrome do pânico triplicam em SP

Apenas no primeiro semestre de 2023, foram realizadas mais de 62 mil consultas para essas doenças, representando quase 70% do total de consultas do ano passado.

Os dados mostram também que esses transtornos mentais são mais comuns entre as mulheres. De janeiro a junho de 2023, os atendimentos para elas passaram dos 45 mil, um aumento de mais de 250% em relação ao número de consultas feitas por homens para as mesmas queixas.

Causas possíveis

A psicanalista Maria Homem vê uma sequência de motivos para essa alta por tratamentos psicológicos. Entre eles, a pandemia e o acirramento dos posicionamentos políticos nos últimos anos no Brasil.

“A pandemia pôs uma lupa sobre a gente mesmo e revelou que a gente está mal, que a gente tem conflitos sociais, psicológicos. Segundo, o Brasil politicamente atravessou e atravessa ainda uma cisão, rachadura, polarização, não só o Brasil, mas o mundo. Então como não ter ansiedade?”, destaca.

Importância de buscar ajuda

O psicólogo Max Henrique Sadetsky, que trabalha na rede municipal de saúde de São Paulo, enfatiza a importância de buscar ajuda profissional para lidar com esses problemas de saúde mental. Ele ainda destaca a necessidade de uma abordagem ampliada que envolva várias disciplinas.

“Vai entendendo de que lugar que vem esse sofrimento para poder ofertar um melhor projeto para eles de cuidado. A gente não pode pensar apenas do ponto de vista da psicologia. A gente tem que pensar numa clínica ampliada. A gente trabalha em equipe multiprofissional, onde várias outras disciplinas, outros saberes compõem o cuidado em saúde”, ressalta.