Veja o que significa o “falso negativo” em exames de Covid-19 e o que fazer

A expressão “falso negativo” para o resultado de um teste de Covid-19 é amplamente utilizada. Entretanto, o termo não significa exatamente que haja um equívoco no resultado do exame. O infectologista Evaldo Stanislau explica o que acontece e como proceder após um teste apresentar resultado negativo para Covid-19, embora o paciente ainda apresente sintomas persistentes.

Stanislau, que atua no Hospital das Clínicas da USP e é diretor da Sociedade Paulista de Infectologia (SPI), afirma que o “falso negativo” está relacionado ao tempo em que o exame foi realizado no paciente.

“O que a gente encontra com alguma frequência é o teste –que chamam de falso negativo– porque ele foi coletado muito cedo ou muito tardiamente. O teste de antígeno tem um momento de detecção ideal, que é na primeira semana dos sintomas”, diz o infectologista.

Ele complementa que, quando uma pessoa começa a apresentar os sintomas, em um ou dois dias, em geral, ela já tem o teste de antígeno positivo.

Como proceder

O princípio do teste é detectar o vírus da Covid-19. Esse vírus pode ser detectado pela técnica de pesquisa de antígeno ou por uma técnica molecular.

“Se a gente não encontra, isso significa que o vírus não existe ou que houve algum problema no momento da coleta ou na realização do teste”, diz o infectologista.

Portanto, em caso de suspeita clínica e apresentação de sintomas, mesmo com o teste de antígeno negativo, a recomendação é repetir o procedimento em 48 horas.

Ele diz que, no caso de alguém com sintomas, “não dá para, só com um teste de antígeno [negativo], no momento atual, a gente falar que ela não tem Covid. Precisa repetir esse teste em 48 horas, porque pode acontecer de ter coletado o teste muito cedo ou muito tarde”, alerta o médico.

Qual o teste mais preciso na detecção da Covid-19?

Na avaliação do especialista, o teste mais preciso é o de PCR. Porém, ele tem essa característica já mencionada de poder manter o resultado positivo por muito tempo e, muitas vezes, já fora do período de contágio.

“O ideal é fazer a pesquisa com o antígeno sempre, para ver se o paciente está transmitindo e está positivo, e deixar o PCR para cobrir essas situações em que o antígeno não respondeu a nossa pergunta”, sugere o médico.