Carrefour anuncia tratativas para acordo de R$ 120 milhões para evitar ações no caso João Alberto

O Carrefour afirmou que está avançando nas tratativas junto às autoridades públicas e associações civis para a celebração de um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), no valor de R$ 120 milhões, para evitar ações no caso do homem negro morto em uma unidade da rede, em Porto Alegre.

Segundo a nota divulgada pelo Carrefour nesta quarta-feira (9), os R$ 120 milhões devem ser “desembolsados ao longo dos próximos anos”. O Ministério Público disse que o acordo ainda não foi assinado.

Em novembro de 2020, João Alberto Silveira Freitas foi espancado até a morte por seguranças de uma unidade do Carrefour na capital gaúcha. Seis pessoas ainda respondem pelo crime na Justiça (relembre detalhes do caso ao fim da reportagem).

O vídeo abaixo mostra a violência que resultou na morte de Beto, como ele era conhecido. É possível ver marcas de sangue e ouvir a vítima dizer que sente dor e que está morrendo.

Em maio de 2021, o Carrefour anunciou a criação de uma cláusula antirracismo em contratos com fornecedores e prestadores de serviço. No mesmo mês, a empresa divulgou que encerrou a terceirização da segurança de seus estabelecimentos.

Indenizações a familiares

No final de maio, a viúva de João Alberto aceitou a proposta de indenização feita pelo Carrefour. Segundo o advogado de Milena Borges Alves, o valor pago pelo hipermercado é superior a R$ 1 milhão. Milena estava com o marido no supermercado.

A empresa pagou outras oito indenizações aos demais familiares, entre eles o pai, filhos e a enteada de João Alberto.

Seis pessoas denunciadas

Denunciadas pelo Ministério Público, seis pessoas respondem pelo crime na Justiça. São elas: Giovane Gaspar da Silva e Magno Braz Borges, seguranças que estão presos; Adriana Alves Dutra, fiscal do Carrefour; Kleiton Silva Santos e Rafael Rezende, funcionários do mercado; e Paulo Francisco da Silva, funcionário da empresa terceirizada de segurança que prestava serviços ao estabelecimento.

Giovane, que é ex-policial militar temporário, solicitou um habeas um corpus no Supremo Tribunal Federal (STF) no final de maio. Em abril, a corte já havia negado pedido semelhante feito pela defesa do réu.

Relembre o caso

No dia 19 de novembro de 2020, João Alberto Silveira Freitas, de 40 anos, foi espancado até a morte por seguranças no Carrefour do bairro Passo D’Areia, na Zona Norte de Porto Alegre.