Rotas aéreas ativas são pouco mais da metade de 2019, aponta Anac

O encolhimento da malha aérea atinge cidades do interior dos estados, de menor porte, e também aeroportos que servem basicamente a destinos turísticos nacionais, fortemente afetados pela pandemia (veja mais abaixo).

Segundo a Anac, em abril, no auge dos efeitos recessivos da pandemia, o Brasil contava com 125 rotas domésticas ativas, ou seja, ligações entre dois aeroportos dentro do país com oferta de ao menos um voo regular.

Esse número equivale a menos de um terço (29%) do registrado em abril de 2019, quando eram 431 ligações ativas.

Assim como em outros segmentos da economia, desde abril o setor aéreo ensaia uma retomada. Desde então, 106 rotas domésticas foram reativadas, com o total chegando a 231 em julho.

Mesmo assim, esse número é pouco mais da metade (56,2%) das 411 que estavam em operação em julho do ano passado.

As empresas aéreas têm liberdade para ajustar a oferta de voos, por isso o número de ligações costuma variar ao longo dos meses, de acordo com a demanda, que costuma subir em períodos de férias ou no Carnaval, por exemplo.

Apesar de ainda estar longe dos números anteriores à pandemia, o movimento de passageiros, que chegou a cair mais de 90% em alguns aeroportos, vem crescendo.

No aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro, o movimento da primeira quinzena de agosto equivale a 17% da média antes da pandemia. No aeroporto de Salvador (BA), chega a 20% e, em Confins, que atende à capital mineira Belo Horizonte, a 22,3%.

De acordo com a Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear), atualmente o país tem média diária de cerca de 700 decolagens para voos domésticos, cerca de 30% do esperado antes da crise.

A Anac informou que o número de aeroportos atendidos por voos vem crescendo em agosto (+11,43%), por isso o total de rotas ativas também pode subir até o final deste mês.

Interior e destinos turísticos

Todas as capitais, além de algumas cidades do interior, como Uberlândia (MG), São José do Rio Preto (SP), Imperatriz (MA) e Porto Seguro (BA), contavam com ligação aérea neste mês de agosto, de acordo com levantamento da Abear.

A suspensão de rotas atinge muitos aeroportos que atendem basicamente a destinos turísticos do país, fortemente afetados pela pandemia, como Jericoacoara (CE), Valença (BA), Caldas Novas (GO) e Bonito (MS). Atinge também cidades de menor porte no interior dos estados.

Segundo o levantamento da Abear, outros exemplos de aeroportos que estavam sem ligação em agosto são:

  • Aeroporto do Vale do Aço, em Ipatinga (MG);
  • Aeroporto de Macaé (RJ);
  • Aeroporto de Caxias do Sul (RS);
  • Aeroporto de Uberaba (MG);
  • Aeroporto de Parauapebas (PA);
  • Aeroporto de Ponta Grossa (PR);
  • Aeroporto de Cruzeiro do Sul (AC);
  • Aeroporto de Ji-Paraná (RO).

Esses aeroportos, aponta o levantamento, registravam, em março, entre uma e 32 decolagens semanais.

Fonte: G1