REFLEXÃO: Cada um enxerga o que quer enxergar

No início da tarde deste domingo (19), precisei fazer uso do aplicativo UBER e resolvi compartilhar com vocês o que ocorreu: Ao entrar no carro, pela porta de trás, devidamente amparado da máscara, logo iniciei um bate-papo com o motorista, um senhor, aparentando uns 60 anos.

Ao entrar no tema “coronavírus e o trabalho em período de pandemia” (até parece título de reportagem), fiquei surpreso com o que o motorista me disse: “Estão fazendo muito alvoroço com tudo isso para o governo ganhar dinheiro. Eu levo pessoas todos os dias de um lado para outro e possivelmente já me contaminei e nem percebi” – disse ele. “Isso não é tão terrível assim” – completou.

Continuando a conversa perguntei se ele conhecia alguém que ficou doente ou que morreu devido a doença, e eis a surpresa. “Sim, meu irmão pegou, ficou ruim e faleceu faz pouco mais de um mês. Tinha apenas 58 anos e problema de pressão alta. Ele morava em Várzea Paulista e demorou para ir ao médico. A esposa dele também pegou o vírus mas está bem, recuperada” – disse calmamente.

Eu lamentei e acabei preferindo não continuar a conversa, pois achei tão frio tudo isso por parte dele. Não valeria mais a pena dar prosseguimento ao diálogo. Com tudo o que eu ouvi ali, no trajeto, tiro uma conclusão e que prefiro guardar aqui comigo. Se quiser, fique a vontade para tirar a sua conclusão.

Ótimo final de domingo pra todos e uma excelente semana.

Texto de Rafael Santos – bacharel em jornalismo pela Universidade Anhembi Morumbi; radialista formado no Senac Jundiaí e atuante na imprensa jundiaiense. Trabalhou em emissoras de rádio e televisão. Atualmente compõem o quadro de repórteres e apresentadores na TVTEC Jundiaí (Fundação Televisão Educativa de Jundiaí).