Capital muda de fase e permite reabertura de bares e restaurantes

O prefeito de São Paulo, Bruno Covas (PSDB), afirmou nesta sexta-feira (26) que os bares e restaurantes só devem reabrir na cidade de São Paulo a partir de 6 de julho. Embora a capital tenha passado para a fase amarela do plano estadual de flexibilização da quarentena, que permite a abertura desses estabelecimentos, Covas afirma que pretende esperar mais uma semana.

“A recomendação dada pelo Centro de Contingência é que apesar de o município estar agora na fase amarela, a gente esperar uma semana. Portanto, a classificação que nós teremos na sexta-feira da semana que vem (3), para que o município possa abrir aquilo que a fase amarela permite”, afirmou o prefeito durante coletiva de imprensa no Palácio dos Bandeirantes.

A expectativa de donos de estabelecimentos era de que pudessem reabrir já nesta segunda-feira (29). Na quinta-feira (25), o prefeito chegou a dizer que a reabertura poderia ser autorizada caso a capital fosse para a fase amarela, mas ponderou que isso só aconteceria após os protocolos de saúde serem assinados com os setores.

“[a espera por mais uma semana] vale para bares e restaurantes, salão de beleza e barbearia, e vai valer para os setores que já estão abertos [comércio, shopping center e serviços] que vão poder ampliar seu horário de atendimento caso confirmado o município permanecendo na fase amarela”, disse ainda o prefeito.

Critérios para abertura de bares e restaurantes na fase amarela do Plano São Paulo — Foto: Divulgação/Governo de SP

O avanço para medidas menos restritivas ocorre na semana em que a capital paulista teve recorde de 19 mil novos casos diários, na última quarta-feira (24). A gestão municipal justificou o número por uma correção do acumulado semanal após instabilidade em sistema do Ministério da Saúde.

Desde o início da semana, o governo sustenta que a epidemia na cidade está em fase de controle e que o interior se tornou epicentro da doença no estado, superando a capital em número de novos casos. Entretanto, o estado contabiliza 25 mil casos de Covid-19 a menos na cidade de SP que prefeitura. Paulo Menezes, membro do Centro de Contingência, afirmou que a diferença deveria ser investigada em conjunto entre as equipes municipais e estaduais e corrigida.

A discrepância, no entanto, continuou aparecendo na apresentação da coletiva desta sexta-feira (29) que contou com a participação tanto da gestão estadual quando a municipal. Pelos dados do governo estadual, a capital apresentou melhora em ocupação de leitos de UTI e variação no número de mortes – critérios que têm mais peso na conta para a classificação – e foi reclassificada na fase amarela.

Sobre a discrepância de 25 mil casos a secretária de Desenvolvimento Social Patrícia Ellen afirmou que seriam “dados duplicados” que o estado corrige em seu balanço.

“Se falou de uma diferença de informação de casos entre o número do estado e da capital de cerca de 25 mil casos. Eu gostaria de lembrar que o estado recebe informações de todos os municípios, mas ele faz uma calibragem, uma limpeza desses dados, então todas as duplas contagens que são realizadas entre sistemas são eliminadas no cruzamento das informações do Sivep gripe e do e-SUS VE. Isso é feito desde o início da pandemia. Esse número não muda a classificação de nenhuma região porque o delta de casos do nosso numero calculado com relação ao delta de casos da capital é muito parecido”, disse a secretária.

Na sequência, o prefeito Bruno Covas apresentou na mesma coletiva os dados referentes à capital atualizados até o dia 25 de junho. Segundo a prefeitura, a cidade de São Paulo possui 142.750 casos confirmados de Covid-19 e 6.792 mortes confirmadas. Os dados do estado no mesmo período apontam para a capital 117.311 casos confirmados e 6.794 mortes. Ou seja, a diferença de casos confirmados nas duas bases de dados subiu para 25.439.

Quarentena prorrogada

A quarentena no estado de São Paulo foi prorrogada até o dia 14 de julho pelo governo de São Paulo. O anúncio foi feito no início da tarde desta sexta-feira (26), em coletiva de imprensa para divulgar a atualização das flexibilizações nas cidades, conforme o plano de recuperação econômica estabelecido pelo estado.

“Nós vamos anunciar hoje o sexto período da quarentena que começa no dia 29 de junho e vai até o dia 14 de julho. Estamos completando 100 dias de quarentena no próximo dia 1º de julho”, disse o governador João Doria (PSDB).

De acordo com o governo, a maior parte do estado retorna ou permanece na fase vermelha, a mais restritiva.

“No interior, como era era esperado, nós temos, sim, uma presença e um crescimento muito importante da epidemia que se traduz aqui tanto no número de casos, como de internações e de óbitos, e é por isso que está sendo feito um trabalho muito grande para o controle da pandemia e pra melhoria da capacidade hospitalar”, disse a secretária de Desenvolvimento Econômico, Patrícia Ellen.

A cidade de São Paulo e 14 municípios da Grande São Paulo passam para a fase amarela e poderão abrir restaurantes, bares e salões de beleza. Entretanto, segundo o prefeito Bruno Covas, a liberação só deve ocorrer na próxima semana, após assinatura de protocolos e confirmação da cidade na etapa de maior flexibilização.

Novo mapa atualizado com a situação das regiões do estado no Plano São Paulo de flexibilização da quarentena — Foto: Divulgação/Governo de SP

Novo mapa atualizado com a situação das regiões do estado no Plano São Paulo de flexibilização da quarentena — Foto: Divulgação/Governo de SP

As regiões de Araçatuba, Rio Preto, Sorocaba e Bauru retornaram à fase vermelha. Marília, Ribeirão Preto, Presidente Prudente e Registro não avançaram e seguem, também, com autorização para o funcionamento apenas dos serviços essenciais.

Regiões rebaixadas para a fase vermelha:

  • Araçatuba
  • Rio Preto
  • Sorocaba
  • Bauru
  • Franca

Permanecem na fase vermelha:

  • Marília
  • Ribeirão Preto
  • Presidente Prudente
  • Registo

Fase Laranja

  • Barretos
  • Parte da Grande SP
  • Campinas (Jundiaí)

Amarela

  • São Paulo
  • São Bernardo do Campo
  • Diadema
  • São Caetano do Sul
  • Mauá
  • Ribeirão Pires
  • Rio Grande da Serra
  • Itapecerica da Serra
  • Cotia
  • Embu
  • Embu-Guaçu
  • Juquitiba
  • São Lourenço da Serra
  • Taboão da serra
  • Vargem grande paulista

Plano São Paulo

Para começar a reabertura do estado em 1º de junho o governo dividiu o território de acordo com as 17 Divisões Regionais de Saúde (DRS). A Grande São Paulo foi subdividida em outras 6 regiões, uma para a capital e outras 5 para cada grupo de cidades da região metropolitana. A flexibilização da quarentena é feita de modo diferente em cada uma dessas regiões.

Os cinco critérios que baseiam a classificação das regiões são:

  • ocupação de leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTIs);
  • total de leitos por 100 mil habitantes;
  • variação de novas internações, em comparação com a semana anterior;
  • variação de novos casos confirmados, em comparação com a semana anterior;
  • variação de novos óbitos confirmados, em comparação com a semana anterior.

O critério que tem maior peso na classificação de cada região é a variação de novas internações (peso 4), seguido pela taxa de ocupação de UTIs (peso 3). Especialistas criticaram o plano quando ele foi lançado, pois discordam do peso diferente e das notas de corte de cada critério.

Esses critérios definem em qual das cinco fases de permissão de reabertura a região se encontra:

  • Fase 1 – Vermelha: Alerta máximo
  • Fase 2 – Laranja: Controle
  • Fase 3 – Amarela: Flexibilização
  • Fase 4 – Verde: Abertura parcial
  • Fase 5 – Azul: Normal controlado

De acordo com a fase cada região pode liberar a abertura de diferentes setores da economia fechados pela quarentena. Veja na tabela abaixo o que pode abrir em cada etapa:

Plano do governo de São Paulo para flexibilização da quarentena no estado — Foto: Governo de SP/Divulgação

Plano do governo de São Paulo para flexibilização da quarentena no estado — Foto: Governo de SP/Divulgação

(Fonte: G1)