Morador do Eloy Chaves fotografa falcão carregando presa em pleno voo

O fotógrafo e morador do Eloy Chaves, em Jundiaí, Tercio Esperandio, conseguiu neste domingo (17), um registro raro de ser feito, em área urbana. Tercio, estava na sacada do prédio onde mora, quando apontou a câmera para um pássaro e conseguiu esse espetacular flagrante.

Ele fotografou um Falcão-de-coleira, em pleno voo, levando em suas garras uma presa (possivelmente um pássaro). O Eloy Chaves, é um bairro localizado no vetor oeste de Jundiaí, e está próximo da Serra do Japi, reserva natural e de preservação.

Serra do Japi

A Serra do Japi é um complexo montanhoso com cerca de 350 Km², e altitudes que variam de 700 a 1.300 metros do nível do mar, e está situada nos municípios de Jundiaí, Cabreúva, Bom Jesus de Pirapora e Cajamar.

Trata-se de um importante remanescente florestal, com grande parte tombada como patrimônio natural e uma Reserva Biológica do município de Jundiaí, cujas florestas nativas, constituídas de matas secundárias em processo adiantado de regeneração, são especiais, pois resultam do encontro da floresta ombrófila com a floresta semidecidual do planalto. Há algumas pequenas lagoas antrópicas em propriedades ao sopé da serra que fornecem habitat para aves aquáticas, bem como locais mais secos com pedras em algumas partes mais altas.

Esta diversidade ambiental possibilita, também, a existência de uma enorme biodiversidade, que tem sido objeto de estudos de cientistas das mais variadas especialidades. Suas características florísticas e localização a tornam importante área na rota migratória para muitas espécies

A avifauna da Serra do Japi é rica em número de espécies, podendo chegar a cerca de 230, levando-se em conta nossas observações e a escassa bibliografia sobre suas aves.

A partir de 20.10.05, na qualidade de estudioso da ornitologia e observador de aves (birdwatcher), iniciamos (Antonio Silveira) o levantamento das aves da Serra do Japi, no município de Jundiaí, com visitas sistemáticas, no que resultou até agora na constatação de 199 espécies.

Serra do Japi, Jundiaí SP(Foto: divulgação internet)

Falcão-de-coleira

O falcão-de-coleira é uma ave falconiforme da família Falconidae.

Também conhecido como cauré, gavião-de-coleira e gavião-pombo (São Paulo).

Nome Científico

Seu nome científico significa: do (latim) falco com origem no (grego) phalkön = falcão; e do (latim) femoralis, femoral, femur = cobertura para a coxa, fêmur. ⇒ Falcão com cobertura na coxa.

Características

Ambos os sexos são semelhantes, sendo que a fêmea é maior do que o macho. O macho mede entre 35 e 38 centímetros e pesa entre 208 e 305 gramas. O peso varia de 160-460 gramas. A fêmea mede entre 43 e 45 centímetros e pesa entre 271 e 460 gramas.

Espécie esbelta, de asas e cauda bastante longas. A cabeça, testa, coroa nuca e manto são cinza ardósia com as bordas das penas brancas. Bochechas e garganta são brancas, separados por uma listra malar escura. Possui largas faixas supra-oculares brancas ligando-se na nuca onde sua coloração torna-se amareladas e abaixo, uma faixa cinza-ardósia terminando nas laterais da cabeça.

A cauda é escura, finamente barrada com cinco faixas brancas e faixa terminal branca. Na asa aberta nota-se orla posterior nitidamente esbranquiçada, secundárias com larga ponta branca, o que é bem pronunciado em voo. As penas rêmiges são enegrecidas.

Nas partes inferiores apresenta peito branco e o ventre escuro apresenta fino barrado com as penas apresentando as margens ou bordas brancas. O crisso e os calções são castanhos. O bico é cinza escuro com cere amarelo. Os olhos são marrom escuro com anel periocular amarelo. Tarsos e pés também são amarelados.

O imaturo apresenta as partes superiores na cor castanho escuro com o peito manchado e sobrancelha mais clara. Pesa em torno de 340 gramas. E medindo em torno de 33-45 cm de comprimento.

Subespécies

Possui três subespécies reconhecidas:

  • Falco femoralis femoralis (Temminck, 1822) – ocorre da Nicarágua e Belize até o sul da América do Sul na Terra do Fogo;
  • Falco femoralis septentrionalis (Todd, 1916) – ocorre na savana e nas florestas do norte do México e Guatemala;
  • Falco femoralis pichinchae (Chapman, 1925) – ocorre da Colômbia até o norte do Chile e noroeste da Argentina.

Alimentação

Caça rente ao solo em campos e restingas. Às vezes peneira. Come insetos, também cupins em revoada, lagartixas, morcegos e ocasionalmente pássaros e até cobras peçonhentas como a jararaca. Aparece nas grandes queimadas, onde pousa em árvores à frente do fogo para localizar presas.

Ao avistar uma presa em potencial (geralmente pombas/rolinhas), um deles faz a primeira investida enquanto segundos depois o outro sai, alternando os mergulhos sobre a presa. Muito bonito de se ver.

Reprodução

Não constroem ninhos, pois ocupam os já feitos por outras aves. Os ovos costumam ser densamente manchados, mas podem ser marrons quase uniformes. A postura dos ovos, que são em média 3, tem início entre agosto e setembro. A fêmea é encarregada da incubação e, após a eclosão, esta cuida dos filhotes enquanto o macho sai em busca de alimento.

Espécie campestre, ocorre em campos, cerrados, cerradões e até áreas urbanas.

Distribuição Geográfica

Ocorre dos Estados Unidos à Terra do Fogo, todo o Brasil.

(Fonte: Wikiaves)