Funcionária trans se emociona ao atender criança que incluiu nome social no RG em Jundiaí: ‘Decidida’

Segundo informações do G1, a funcionária do Poupatempo que atendeu a família da criança trans de 9 anos para a inclusão do nome social da garota no RG, em Jundiaí (SP), é a primeira trans da cidade que conseguiu alterar os documentos após batalha judicial. Jessyca Dias afirmou que se emocionou ao conhecer a história da família.

“Confesso que me emocionei demais fazendo o atendimento. Uma menina tão nova e tão decidida do que quer. Comentei com ela que, na minha época, não tínhamos um norte, não tínhamos a quem recorrer”, disse.

O caso da criança ganhou repercussão nas redes sociais depois que a mãe da menina publicou uma foto e comemorou a conquista do RG com o nome social da filha. No texto postado, a mãe pede respeito e que apoiem a causa.

“A cara de felicidade de quem tem seu direito reconhecido. A menina com seu primeiro RG e com nome social. Esse sorriso. Só respeita, respeita as crianças trans! Acolham, apoiem. É tão simples!!! Facilitem sua infância e juventude!”, escreveu.

A atendente Jessyca, ao se deparar com a conquista da criança, relembrou que para alterar seus documentos, em 2017, enfrentou uma “batalha” de quase quatro anos na Justiça. A decisão era inédita na cidade e ela conseguiu alterar o RG, as carteiras de trabalho e de motorista.

Na época, ela afirmou que sabia que na infância tinha um comportamento diferente das crianças da mesma idade. Mas assumiu para família que era uma mulher trans aos 15 anos e somente aos 18 decidiu que começaria a transformar o corpo.

Ainda de acordo com Jessyca, ela precisou procurar um psicólogo para descobrir uma forma de resistir aos ataques e as brincadeiras preconceituosas sofridas na escola, além de passar por sessões de terapia. Atualmente, aos 34 anos, ela trabalha no Poupatempo e se diz realizada por assumir quem é.

“Estou totalmente realizada. Mostrar para as pessoas que as transexuais têm direito de ir e vir e estarem onde quiserem.”

Primeira trans

Jessyca, a atendente, conseguiu o direito de corrigir os documentos pessoais depois de enfrentar uma “batalha” de quase quatro anos na Justiça. A decisão era inédita na cidade. Na infância, aos sete anos, ela contou anteriormente que sabia que tinha um comportamento diferente das crianças da mesma idade.

Ela lembrou que passava pelo período escolar foi difícil. Foi então que teve que procurar um psicólogo para descobrir uma forma de resistir aos ataques e as brincadeiras preconceituosas. Já na maioridade, Jessyca se abriu com a família.

Após quatro anos buscando recurso na Justiça, Jessyca realizou um sonho. Ela foi até o posto de atendimento do Poupatempo e fez os documentos: RG, carteiras de trabalho e de motorista.

 

Fonte: G1