Petrobras perde R$ 32,4 bilhões em valor de mercado após suspensão de alta do diesel

A queda de mais de 8% nas açõesda Petrobras nesta sexta-feira (12) fez a petroleira perder R$ 32,4 bilhões em valor de mercado após a suspensão da alta no preço do diesel. A empresa, que na véspera valia R$ 393,89 bilhões, de acordo com a Economatica, terminou a semana a R$ 361,49 bilhões – o valor corresponde à soma do valor de todas as suas ações. Apesar da perda expressiva no dia, a Petrobras ainda acumula ganho de R$ 45,4 bilhões em valor de mercado no ano. Em 31 de dezembro de 2018, a estatal valia R$ 316 bilhões.

Ações da Petrobras caem mais de 8% após interferência do governo

Ações da Petrobras caem mais de 8% após interferência do governo

A queda de valor de mercado da Petrobras foi mais de sete vezes a sofrida pelo Banco do Brasil, de R$ 4,262 bilhões. As ações do BB também caíram por temores de intervenção – uma vez que o banco é estatal.

Preço do diesel

A companhia desistiu na véspera do aumento de 5,74% no do preço do diesel nas refinarias. O recuo na decisão da companhia ocorreu após uma determinação do presidente Jair Bolsonaro.

Bolsonaro afirmou que não defende práticas “intervencionistas” nos preços da estatal, mas pediu uma justificativa baseada em números, alegando que o aumento era superior à inflação projetada. “Se me convencerem, tudo bem, se não me convencerem tudo bem. Não é resposta adequada para vocês, não sou economista, já falei. Quem entendia de economia afundou o Brasil, tá certo? Os entendidos afundaram o Brasil”, afirmou o presidente nesta sexta-feira (12), durante inauguração do aeroporto de Macapá.

A decisão da Petrobras, no entanto, trouxe incerteza com relação ao perfil liberal da administração Jair Bolsonaro e coloca em dúvida os passos futuros do governo na agenda econômica.

A principal preocupação dos investidores é que o governo Bolsonaro adote medidas similares às que foram praticadas em gestões passadas, quando o governo optou por não reajustar preços administrados, como dos combustíveis e da energia elétrica, gerando perdas às empresas desses setores. “O governo ainda não conquistou toda a credibilidade na economia e, portanto tomar uma decisão de natureza intervencionista reforma uma percepção de risco”, afirma o analista político da consultoria Tendências, Rafael Cortez.

G1