A Prefeitura de Jundiaí, por meio da Unidade de Gestão de Infraestrutura e Serviços Públicos (UGISP), iniciou a recuperação e o reforço estrutural de dois importantes e históricos viadutos da cidade: o São João Baptista, na Ponte São João, inaugurado em 1950, e o Engenheiro Romão Nasser, no início da Av. Jundiaí, no Centro (entregue à população 24 anos depois).
Estão sendo feitos a demolição e substituição de áreas de concreto desgastadas e o reforço das armaduras de ferro. Posteriormente, ocorrerão a conservação do leito carroçável (com a aplicação de nova camada de asfalto e sinalização) e a troca da iluminação.
O investimento da Prefeitura na melhoria dos dois viadutos é de R$ 2,9 milhões e a previsão de término das obras é setembro deste ano.
Primeiro viaduto de Jundiaí, o São João Baptista completa 70 anos em 2020 – foi inaugurado no dia 24 de setembro de 1950 pelo prefeito e arquiteto Vasco Antonio Venchiarutti. Ele governou o município de 1948 a 1951 e entre 1956 e 1959. O nome da construção foi oficializado no Projeto de Lei 213, do vereador Armando Gaspari, aprovado na sessão ordinária da Câmara de 31 de outubro de 1950.
“A obra passou a interligar Jundiaí e mudou nosso conceito de mobilidade urbana”, destacou Paulo Vicentini, historiador e diretor do Departamento de Museus da Unidade de Gestão de Cultura (UGC).
Arquiteto aposentado e ex-coordenador de Projetos Especiais da antiga Secretaria de Planejamento de Jundiaí, na segunda gestão do prefeito André Benassi (de 1993 a 1996), Araken Martinho lembra de forma especial da cerimônia de inauguração do viaduto da Ponte São João, que teve a ilustre presença do governador paulista à época, Adhemar de Barros. “Naquele 24 de setembro de 1950, eu resolvi estudar Arquitetura. Fiquei amigo do prefeito Vasco Venchiarutti, que foi um grande chefe do Executivo e uma pessoa muito afável e cordial. A Avenida Jundiaí também foi obra do Vasco”.
Hoje com 88 anos, Araken é dono de uma memória privilegiada. Ele contou que a obra do viaduto São João Baptista teve um terço de seu orçamento custeado pela Prefeitura, mas o Poder Público não tinha dinheiro para viabilizar o restante. “O Dr. Jayme Cintra, presidente da Companhia Paulista de Estradas de Ferro, foi procurado e garantiu que a empresa custearia o segundo terço do orçamento da obra. Faltava uma última parte, viabilizada com a ‘vaquinha’ de comerciantes e moradores. A contribuição seria paga pela Prefeitura, com juro de 1% ao mês durante quatro anos”, emendou o arquiteto, que foi professor da PUC e secretário de Planejamento de Campinas. Ainda é autor do projeto do Paço Municipal de Jundiaí.
Na cerimônia de inauguração do viaduto da Ponte, a emoção aumentou ainda mais próximo ao espaço destinado às autoridades presentes, segundo Araken. O comerciante Américo Picchi, já falecido, pediu a palavra e anunciou que a dívida do Executivo junto aos donos de comércios da cidade estava perdoada. “Antes do viaduto ser aberto, o acesso das pessoas da região central à Ponte São João era feito por uma rua com porteira. Era necessário cruzar os trilhos da Estrada de Ferro Sorocabana. A obra simbolizou o progresso que ajudou a cidade a crescer”, completou o projetista do Paço de Jundiaí.
Ex-prefeito
Ibis Cruz comandou os destinos do município entre 1973 e 1977 e inaugurou o viaduto Engenheiro Romão Nasser em setembro de 74. O nome da obra no Centro de Jundiaí foi oficializado pelo Projeto de Lei 5.833/1992, do vereador Jayme Leoni. “Este viaduto foi maravilhoso para a cidade, assim como o da Ponte São João.
Ambos facilitam o deslocamento das pessoas em dois trechos fundamentais do município. No caso do Engenheiro Romão Nasser, ele liga o Centro à Rodovia Anhanguera e bairros do Vetor Oeste”, disse Ibis Cruz.
O ex-prefeito contou que o começo dos trabalhos do viaduto, que passa em cima da Av. 9 de Julho, se deu no final da gestão de seu antecessor, Walmor Barbosa, prefeito de 1969 a 1973 e de 1989 a 1992. “A primeira parte da obra foi a da pista sentido Anhanguera. Depois veio a do lado que leva ao Centro. Tivemos que transpor um barranco com a tubulação do Córrego do Mato”, finalizou.
O homenageado
Romão Nasser nasceu em 13 de setembro de 1932 e morreu, aos 47 anos, em 18 de janeiro de 1980. Sua terra natal era Jundiaí e ele formou-se em Engenharia Civil e Hidráulica na Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli-USP).
Em 62, Romão começou a trabalhar no Departamento de Obras da Prefeitura de Jundiaí, tendo sido coautor do projeto do primeiro espaço do Velório Municipal. Doze anos mais tarde, passou a integrar o quadro da DAE. Foi o responsável por vários projetos importantes de saneamento básico para a cidade.
Pouco antes de morrer, Romão se preparava para lançar uma técnica – revolucionária na época – de construção de casas populares com placas pré-moldadas.
Assessoria de Imprensa
Fotos: Fotógrafos PMJ / J. Janczur / Acervo do Depto. de Museus da Unidade de Gestão de Cultura (UGC)