A doação de órgãos é um ato de coragem. Em meio à dor, as famílias encontram forças para ajudar o próximo, preservar a esperança de quem aguarda na fila para transplante e manter viva a memória do ente querido. Na tarde de quinta-feira (29), mais um exemplo de empatia e resiliência foi registrado no Hospital de Caridade São Vicente de Paulo (HSV), que, por meio da Comissão Intra Hospitalar de Transplantes (CIHT), captou órgãos de uma paciente de 57 anos. Com a autorização da família, foram doados fígado, rins e córneas.
Responsável por todo o processo, desde o contato e suporte familiar até o acompanhamento do procedimento, a CIHT do HSV, referência para captação de órgãos em todo o Estado de São Paulo, é composta por profissionais da psicologia, serviço social, fisioterapeutas, equipe médica e de enfermagem, entre outros departamentos importantes para a efetivação da captação. O grupo também auxilia para que o órgão chegue em tempo hábil e em condições perfeitas para o transplante.
Em casos urgentes, os órgãos são transportados via transporte aéreo (arquivo HSV)
Apesar de divulgações frequentes e campanhas ativas, o procedimento ficou em evidência após o apresentador Fausto Silva, mais conhecido como Faustão, ser submetido a um transplante de coração após um quadro grave de insuficiência cardíaca, em agosto do último ano. Na última segunda-feira (26), Faustão passou por um novo transplante, desta vez de rim, em razão do agravamento de uma doença renal crônica.
Casos de alcance nacional chamam atenção para o tema e colocam em pauta a importância do diálogo sobre o assunto. Vale ressaltar que, ainda que a pessoa manifeste em vida a sua vontade de ser doador, a decisão final é da família e, por isso, é preciso expor esse desejo. Conversar sobre o tema faz com que no momento delicado como o óbito, a decisão familiar se torne mais fácil com base na vontade do paciente.