Jundiaí começa a colheita da Uva Niagara Rosada no primeiro ano após Indicação Geográfica

Os produtores de Jundiaí já começaram colheita da Uva Niagara Rosada Jundiahy, a primeira depois que a fruta plantada na cidade recebeu a Indicação Geográfica (IG) do Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), na categoria Indicação de Procedência. As produções na cidade são acompanhadas pela Unidade de Agronegócio, Abastecimento e Turismo (UGAAT), da Prefeitura de Jundiaí, através de diversos programas de fomento ao agricultor.

O reconhecimento vem com a escrita com as letras “h” e “y”. A grafia se justifica pois, no passado, entre o final do século 19 e início do século 20, a uva era cultivada numa imensa área de terra que se chamava Jundiahy. Depois os municípios foram desmembrados – Jundiaí, Louveira, Itupeva, Jarinu e Itatiba.

A Indicação Geográfica de Jundiahy é a 102ª brasileira registrada no INPI. Eduardo Alvarez, gestor da Unidade de Gestão de Agronegócio, Abastecimento e Turismo (UGAAT) da Prefeitura de Jundiaí, afirma que a certificação reforça a qualidade da uva e terá destaque nos entrepostos comerciais de produtos agrícolas: “A Uva Niagara Rosada de Jundiahy já tinha um diferencial no mercado. Agora, temos um certificado nacional e melhorará a procura por nosso produto”. O selo com a Indicação Geográfica deve começar a ser usado no ano que vem.

De acordo com a Associação Agrícola de Jundiaí, responsável por gerir o processo de IG junto à Prefeitura de Jundiaí, os cinco municípios contemplados reúnem entre 700 e 800 produtores de uva. Além de qualificar a fruta, o reconhecimento pode atrair mais turistas à região.

Safra da Uva 2023/2024
A colheita da uva, neste ano, acabou sendo antecipada em cerca de 20 dias, por causa, principalmente, do excesso de chuvas e de dias muito quentes: “Os cachos estão um pouco menores e alguns produtores sofreram com casos de podridão, mas as uvas estão com boa qualidade. Apesar de algumas dificuldades com a safra, teremos bons frutos para os consumidores”, disse o engenheiro agrônomo da Prefeitura, Felipe Magro.

Produtor de uva no bairro da Roseira desde 1952, o seu Natale Donati Neto, conhecido como Tico, tem cerca de 4.000 mil pés das variações Niagara Rosada e Niagara Branca somadas. A colheita começou há poucos dias no sítio. “A uva me deu tudo o que tenho e tudo o que a nossa família tem. Então cultivar a uva em Jundiaí é um sentimento de gratidão”. A produção é coberta com telas antigranizo e com proteção para pássaros, que são subsidiadas através do Programa Municipal de Cultivo Protegido.

Aos 82 anos, a rotina nos dias de colheita é a mesma: “Nesses dias mais quentes, meu genro e eu vamos para o campo por volta das cinco e meia da manhã e começamos o trabalho de colheita da uva, que logo depois vão para as caixas de madeira e que levamos com muito amor às pessoas”, reiterou.

As uvas colhidas em Jundiaí são vendidas em supermercados, na Festa da Uva, que será realizada no começo de 2024, e também em barracas do projeto Produtor na Praça. Os preços das caixas no mercado, neste ano, variam entre R$ 25,00 e R$ 60,00, de acordo com o peso. Na barraca da família Donati, no Caxambu, as vendas crescem bastante em dezembro: “Chegamos a vender cerca de mil caixas no final de ano. As pessoas procuram bastante pela uva na Terra da Uva, que tradicionalmente tem muita qualidade”, disse Vergínia Azevedo, proprietária da barraca.