Os animais de estimação necessitam de entretenimento e diversão na rotina. Passeios e atividades que estimulem seus instintos são essenciais para as saúdes física e mental dos pets, além de garantirem uma melhor qualidade de vida. O médico veterinário Matheus Favero, de Sorocaba (SP), dá dicas de brincadeiras e quais brinquedos oferecer aos pets.
Segundo o profissional, os cães têm uma maior necessidade de atividades, enquanto os gatos se satisfazem com brincadeiras e estímulos menos intensos, mas todos precisam gastar energia. Essas atividades proporcionam sensação de bem-estar aos pets e faz com que fiquem mais tranquilos, podendo até mesmo eliminar comportamentos indesejados, como latidos e miados excessivos e ataque a objetos da casa.
Para o pet que tem um companheiro da mesma espécie e acesso a um quintal apropriado para o porte dele, o veterinário recomenda brincar ou passear por, pelo menos, 1 hora todos os dias.
Já os animais que ficam muito tempo sozinhos ou somente dentro de casa necessitam de mais estímulos. Neste caso, a recomendação é promover atividades 2 a 3 vezes por dia para dar a eles qualidade de vida.
Dicas de brinquedos e brincadeiras
Matheus conta que os gatos são bem mais seletivos do que os cães e é preciso testar para descobrir quais brinquedos mais os agradam. Entre as opções estão caixas, playground, arranhadores, bolinhas, varetas, entre outros.
“Brinquedos como bolinhas e os arranhadores podem ser deixados pelo local onde o animal fica, já que geralmente os que gostam desses itens brincam sem ser estimulados. Já brinquedos como a vareta promovem um estímulo maior e mais interessante para essa espécie, pois necessitam da interação com o tutor. Brinquedos em que eles conseguem se esconder e brincar de caçar também estimulam bastante seus instintos”, explica.
Para os cães que vivem dentro de casa, uma opção é o cabo de guerra, que necessita apenas de uma corda, facilmente encontrada em pet shops.
“Essa brincadeira, além de estimular os instintos do seu cão, promove um ótimo gasto de energia. Ao contrário do que dizem, essa brincadeira não estimula o animal a ser agressivo”, afirma Matheus.
Ainda segundo o profissional, jogar uma bolinha para o cão buscar é uma ótima atividade física. Outra opção é esconder pela casa o petisco favorito do animal, estimulando-o a procurá-lo pelo local. O ensinamento de truques básicos – como sentar, deitar e dar a pata – também é uma atividade que faz os cães gastarem energia física e mental.
As brincadeiras mais intensas devem ser estimuladas em animais dentro do peso ideal e em locais em que o chão não seja liso, pois podem causar problemas ósseos.
Do lado de fora de casa, os cães são estimulados naturalmente, pois utilizam um de seus principais instintos: o faro. “Em locais externos existem inúmeros odores que somente os cães sentem e o uso do faro para rastreá-los estimula muito as atividades mentais”, diz Matheus.
Há ainda locais que oferecem um circuito de obstáculos para os cachorros se divertirem, como o Pet Place, comum em condomínios fechados. Nestes espaços, o veterinário lembra sobre a necessidade de levar o pet somente com a carteirinha de vacinação em dia.
Como escolher os brinquedos
Na hora de comprar os brinquedos para o pet, é importante fazer escolhas seguras. De acordo com o veterinário, brinquedos que soltam pedaços e podem apresentar extremidades pontiagudas ou cortantes devem ser evitados. Além disso, ele não recomenda os ossinhos de couro branco devido ao risco de soltarem pedaços e à composição imprópria para os pets.
“Ossinhos de nylon rígido, para os cães, são ideais para distração. Eles podem ser roídos à vontade e quando soltam pedaços são de um tamanho bem pequeno que acabam não prejudicando o animal. Para os gatos, as varetas com objetos na ponta são excelentes desde que não tenha perigo desse objeto ou mesmo parte dele ser ingerido”, orienta.
Para os filhotes, a recomendação é oferecer brinquedos específicos para essa fase, que são menores e mais macios.
Os brinquedos também podem ser improvisados. Garrafas pet com grãos de ração dentro fazem a diversão dos cachorros. Já o arranhadores caseiros feitos com papelão podem agradar os gatos. Matheus orienta que os tutores observem, constantemente, os objetos e descarte-os quando representarem perigo.
“Devemos observar se esses brinquedos caseiros não soltam pedaços e não possuem partes cortantes. Esses fatores podem causar desde lesões na boca até lesões internas mais graves ou mesmo uma obstrução. Uma opção fácil e atrativa são os gelinhos de fruta para eles ficarem lambendo, ou até roendo, e assim se distraírem”, afirma.
Na casa dos servidores públicos Thaís e Diogo Ikedo, essas recomendações são seguidas à risca. O casal, de Sorocaba, é tutor das cachorrinhas Ruth, de 1 ano, e Olivia, de 9 meses. Além dos passeios diários pelo bairro, as pets têm muitos brinquedos para se divertirem. O favorito de ambas são os ossinhos comestíveis.
“Procuramos evitar que os brinquedos de borracha sejam despedaçados e ingeridos por elas. Também jogamos fora os ossos comestíveis que fiquem muito velhos”, conta o casal.
Fonte: G1
Foto: Pixabay