Apenas entre a metade de abril e o começo de junho, o valor médio do litro da gasolina subiu 28,24% para R$ 5,676 no país, de acordo com dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANP). Essa escalada de preço faz com que os donos de carros flex se perguntem se é economicamente mais vantajoso abastecer o veículo com etanol.
Baseado nas propriedades do etanol, sabe-se que o combustível vegetal tem 70% da eficiência energética da gasolina. Ou seja, um litro de etanol libera o equivalente a 70% da energia de um litro de gasolina. Sendo assim, o preço do etanol não poderia superar 70% do valor da gasolina para ser financeiramente vantajoso.
Essa conta é simples: basta dividir o valor do etanol pelo da gasolina no posto em que você abastece, e o resultado não pode ser superior a 0,7. Mas nem precisa pegar a calculadora. De acordo com a tabela nacional de preços médios para os combustíveis mais recente divulgada pela ANP e válida para a semana entre os dias 13 e 19 de junho, em nenhum estado está valendo a pena abastecer com etanol.
Em São Paulo, o combustível vegetal custa 77,98% (0,78) do valor cobrado pelo de origem fóssil.
Mas é bom fazer uma ressalva. Não é pelo fato de o etanol ter 70% da eficiência energética da gasolina que esse seja o número exato para o seu carro. Alguns veículos podem ser mais ou menos eficientes com o etanol. Hoje, a maioria dos veículos flex utiliza uma configuração intermediária de taxa de compressão e tempo de ignição para poder rodar com os dois combustíveis. Ou seja, não estão otimizados para nenhum. Assim, a eficiência com etanol varia de acordo com o motor, o carro e a montadora.
Para saber a eficiência de seu veículo, basta consultar o Selo de Eficiência Energética emitido pelo Conpet e pelo InMetro, caso disponível. O cálculo é o mesmo do preço do combustível. Divida o número em km/l obtido pelo carro com etanol pelo número em km/l da gasolina. Se um carro faz 5 km/l com etanol, mas 10 km/l com gasolina, o resultado é 0,5. Ou seja, neste caso hipotético, o etanol não pode passar de 50% do preço da gasolina.