Após a inundação provocada pelas fortes chuvas, a Ceagesp (Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo), na Vila Leopoldina, Zona Oeste de São Paulo, está sem energia nesta terça-feira (11).
O entreposto segue fechado e os funcionários fazem, desde a noite desta segunda (10), limpeza do local.
Maior entreposto da América Latina, a Companhia ainda contabiliza as perdas provocadas pelo temporal. Os comerciantes descartam os alimentos que foram atingidos pelas enchentes.
A feira de flores e pescado que ocorre nas madrugadas de terças-feiras teve de ser cancelada. A estimativa é que o prejuízo chegue a R$ 12 milhões.
Inúmeros caminhões ficaram ilhados por mais de 24 horas no entreposto. A padaria que fica dentro da Companhia também ficou toda alagada.
Inúmeros alimentos foram perdidos por conta do temporal — Foto: Felipe Rau/Estadão Conteúdo
Em nota, a Companhia informa que o nível de água no entreposto baixou desde a noite da última segunda-feira e “encontra-se em níveis aceitáveis na maior parte do Entreposto, permitindo que equipes de limpeza e manutenção possam circular entre os boxes para limpar a sujeira causada trazidas pelas águas da enchente do Rio Pinheiros.”
Entretanto, os portões continham fechados para entrada e saída de mercadorias, “até que a situação dentro do mercado esteja normalizada, e também por motivos de segurança alimentar, para que nenhum alimento contaminado seja comercializado e chegue indevidamente à mesa do consumidor.”
Os texto diz ainda que os comerciantes iniciaram os trabalhos de limpeza dos boxes e de retirada e descarte dos alimentos que foram contaminados pelas águas da enchente, e que a Ceagesp montou uma força-tarefa de segurança, limpeza e manutenção para percorrer o mercado e fazer uma avaliação dos prejuízos causados pelas chuvas da segunda-feira. “Por conta disto, não é possível fazer ainda uma estimativa do prejuízo causado com a perda de mercadoria, nem dizer se haverá aumento de preços em decorrência do que aconteceu”.
José Shinkawa, um dos permissionários da Ceagesp, disse que ficou a noite inteira sem comer, trabalhando na limpeza de seu box no entreposto. “Dentro da cabine molhou tudo, molhou tudo, perdemos tudo. Não tem nem roupa pra vestir mais. Estamos sem comida, sem bebida, não tem um recurso, não tem nada, não tem um apoio de ninguém”, disse o caminhoneiro Paulo José dos Santos, que teve que passar a noite na Ceagesp até a água baixar.