O paciente Tiago Nomura, de 28 anos, ficou sete dias internado em Jundiaí (SP) com Covid-19. No isolamento, o designer de interiores lembra do medo que tinha da contaminação do vírus chegar à esposa e a filha de 5 anos.
O cansaço demasiado começou por volta do dia 11 de junho e cerca de uma semana depois, entre idas e vidas da Unidade de Pronto Atendimento (UPA), a esposa de Tiago precisou acionar o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) para levar o marido com falta de ar e febre alta. Foram setes dias internado em isolamento.
“A internação foi um misto de emoções. Foram poucos dias, mas é difícil ficar longe da família e não saber o que está acontecendo lá fora. Fica a preocupação, porque eu tive contato com meus pais, minha fila e mulher”, lembra.
Segundo o paciente, ele precisou da ajuda de oxigênio praticamente todo o momento por conta da dificuldade em respirar. Tiago não tem certeza sobre a forma de contaminação, mas a asma o preocupava durante o tratamento.
“Quando ia para o banheiro já tinha de voltar rápido, não consigo ficar longe do aparelho.”
O alívio, ao menos no psicológico, veio em videochamada com a filha e a esposa, que o acalmava. A criança, a Isadora, preferia não ver o pai ligado aos equipamentos do hospital.
“A Isadora é muito sentimental, mas não demonstra. Tem um jeitinho de se mostrar forte. Durante a internação, ela grudou na minha esposa. Tinha medo que não eu voltasse para casa. O médico ligava e ela ficava atenta. Quando eu recebi alta, foi o único momento que ela voltou a dança e cantar”, detalha Tiago, que canta com a filha e a esposa em um grupo de oração.
Um abraço e uma cartinha em forma de coração forma de agradecimento da criança em ter o pai novamente em casa.
“Está sendo um período para eu me acostumar. Não consigo fazer tantas coisas, como brincar. Estou colocando a cabeça no lugar e aproveitando as pequenas coisas.”
Nenhum outro morador da casa apresentou sintomas da doença. Apesar da alta, a família tenta manter o distanciamento e os cuidados com parentes e amigos.
“As pessoas devem se cuidar. O tratamento é com dor, muita injeção e isolamento. Não dá para brincar”, aconselha.
(Fonte: G1 Jundiaí)