Nos últimos dias, uma onda de preocupação tomou conta do país após a confirmação de diversos casos de intoxicação por bebidas alcoólicas adulteradas. Em Jundiaí, um caso foi confirmado nesta sexta-feira (03), pelo Centro de Informação e Assistência Toxicológica (CIATox) de Campinas. A ocorrência foi registrada no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) e comunicada à Vigilância Epidemiológica do município, que acompanha a situação de acordo com os protocolos de saúde pública.
O metanol, principal agente envolvido, é um tipo de álcool semelhante ao etanol (C₂H₆O), presente em bebidas comuns, mas extremamente mais tóxico. Incolor, inflamável e com odor parecido ao do álcool tradicional, ele é praticamente impossível de ser identificado a olho nu.
“O foco está nas bebidas destiladas, sendo o maior risco em bebidas incolores, que podem parecer inofensivas e, no entanto, podem estar contaminadas com metanol. A contaminação pode provocar sintomas como confusão mental, sonolência, tontura, dor abdominal, náuseas, vômitos, cefaleia, convulsões e alterações visuais (perda da percepção das cores). Esses sinais podem surgir até 6 horas após a ingestão da bebida adulterada pelo metanol”, explica o médico do Hospital de Caridade São Vicente de Paulo (HSV), Frederico Michelino.
Para garantir a segurança dos pacientes, o HSV já implementou protocolos específicos de atendimento, alinhados às diretrizes do Centro de Vigilância Sanitária e Epidemiológica, da Coordenadoria de Controle de Doenças e da Secretaria de Estado e de Município da Saúde. O fluxo inclui triagem rápida, monitoramento contínuo, exames laboratoriais direcionados e intervenções terapêuticas imediatas, assegurando cuidado ágil e eficaz.
A orientação é clara: diante de qualquer sintoma associado ao consumo de bebidas alcoólicas, a pessoa deve procurar imediatamente os serviços de urgência e emergência. “Evite compartilhar bebidas ou aceitar drinks de origem desconhecida, mesmo em festas com amigos, já que o risco permanece o mesmo. Sempre que possível, leve informações sobre o que foi ingerido ao serviço de saúde, pois detalhes sobre a bebida ajudam na escolha do tratamento mais adequado”, concluiu o médico.