A companhia aérea japonesa All Nippon Airways (ANA) anunciou que pretende começar a operar táxis voadores no Japão a partir de 2027, em parceria com a startup norte-americana Joby Aviation. O plano prevê o uso de aeronaves elétricas de pouso e decolagem vertical (eVTOL), que prometem revolucionar a mobilidade urbana com velocidade, sustentabilidade e praticidade.
O modelo escolhido tem capacidade para cinco pessoas – sendo um piloto e quatro passageiros – e atinge até 320 km/h. De acordo com a ANA, os eVTOLs são silenciosos, não emitem poluentes e serão utilizados, principalmente, para trajetos estratégicos, como o que liga o centro de Tóquio aos aeroportos de Narita e Haneda. Atualmente, esse deslocamento pode levar mais de uma hora por terra. Com os táxis aéreos, o tempo estimado cairia para apenas 15 minutos.
O projeto prevê a implantação de mais de 100 aeronaves no Japão e já tem uma demonstração pública marcada para outubro, durante a Exposição Universal de Osaka. A expectativa é que os voos comerciais comecem assim que os veículos forem certificados pelos órgãos reguladores.
O CEO da ANA, Koji Shibata, afirma que a iniciativa irá “revolucionar a mobilidade aérea no país”, oferecendo uma nova alternativa para deslocamentos urbanos e interurbanos de curta distância.
Concorrência global
O mercado de eVTOLs vem ganhando força em todo o mundo. A brasileira Embraer, por meio da subsidiária Eve Air Mobility, também planeja iniciar operações com veículos elétricos a partir de 2027. A empresa já tem cerca de 3 mil unidades encomendadas e fechou, recentemente, um contrato de R$ 1,3 bilhão para fornecimento de até 50 aeronaves.
Outras empresas do setor, como a alemã Volocopter, enfrentaram dificuldades. A companhia declarou falência no final de 2024 após não conseguir certificação para seu modelo, o Volocity, previsto para os Jogos Olímpicos de Paris. A também alemã Lilium foi resgatada pouco antes por investidores.
Enquanto os testes e certificações avançam, especialistas acreditam que os eVTOLs podem se tornar parte do cotidiano urbano em grandes cidades, reduzindo o trânsito e as emissões de carbono.