Arlindo Cruz, ícone do samba, morre aos 66 anos

O cantor, compositor e instrumentista Arlindo Cruz faleceu nesta sexta-feira (8), no Rio de Janeiro, aos 66 anos, no Hospital Barra D’Or, vítima de complicações associadas a uma pneumonia, doença que já o preocupava desde maio deste ano.

Nascido em 14 de setembro de 1958, no bairro de Madureira, Arlindo Domingos da Cruz Filho foi uma das principais forças no surgimento e consolidação do pagode brasileiro, especialmente como integrante do lendário grupo Fundo de Quintal na década de 1980.

Ao longo de sua trajetória, registrou mais de 450 composições gravadas por artistas como Zeca Pagodinho, Maria Rita, Beth Carvalho e Alcione. Entre seus maiores sucessos estão clássicos como O Show Tem Que Continuar, Meu Lugar, O Bem e O Que É o Amor?. Além das letras marcantes, Arlindo também assinou sambas-enredo para escolas como Império Serrano, Vila Isabel e Grande Rio.

Em março de 2017, o sambista sofreu um AVC hemorrágico que o afastou dos palcos, deixando sequelas significativas na fala e na mobilidade. Desde então, viveu sob cuidados médicos constantes, enfrentando diversos episódios de internação — inclusive por pneumonia e infecções respiratórias — e utilizando tratamentos como óleo de cannabis e suporte alimentar.

A notícia de sua morte gerou comoção imediata no meio artístico e entre fãs. Diversas personalidades lamentaram a perda, afirmando que “o samba chora hoje”.

Arlindo Cruz deixa a esposa Babi Cruz, com quem era casado há mais de 26 anos, e os filhos Arlindinho — também músico — e Flora Cruz. Seu legado permanece vivo através das músicas que marcaram a história do samba e do pagode.