Casal de cuidadores são suspeitos de assediar sexualmente crianças em Jundiaí

Uma mãe precisou contratar uma babá para não deixar os filhos sozinhos durante o período de seu expediente. Em julho deste ano, no entanto, resolveu dispensar os serviços por descuidos da dupla com as crianças.

Após dispensar o casal, a mulher recebeu a notícia de que o marido da babá era suspeito de abusar sexualmente de crianças. Por isso, ela decidiu questionar se a filha, de sete anos, havia passado por alguma situação suspeita.

“Em agosto, uma das crianças se manifestou à mãe, dizendo que não queria mais ir à casa da cuidadora. Ela achou estranho e, durante a conversa, revelou os abusos. Perguntei para minha filha, que inicialmente disse não ter sofrido nada, mas presenciou o marido da babá passando a mão nas partes íntimas das colegas”, relata.

Dias após o questionamento, a criança revelou a uma colega da família que o homem havia colocado-a no colo para assistir vídeos de humor no computador e, enquanto isso, passou a mão em suas partes íntimas.

“Ele decidiu assediá-la em um momento em que minha filha estava distraída. Ela contou que, quando cheguei para buscá-la e apertei o interfone, ele se assustou e tirou-a do colo imediatamente. A babá tentou fazer chantagem, dizendo que, se contasse para mim, ela seria demitida e iria passar fome”, conta.

A mulher relata que, após a descoberta dos casos, mães de outras vítimas chegaram a ir ao apartamento do casal para obter esclarecimentos sobre a situação. “As mulheres que já sabiam de tudo decidiram ir à casa deles. Quando cheguei, havia viaturas da polícia e a babá estava sendo encaminhada ao DP. Ela foi liberada logo em seguida.”

Ainda segundo a mulher, o suspeito não estava na residência no momento. Desde a liberação de sua esposa, eles nunca mais foram vistos no apartamento nem na região em que moravam anteriormente.

“Antes do sumiço, ela chegou a mandar uma mensagem para uma das mães pedindo perdão por tudo que havia acontecido”, diz a mãe.

Após o ocorrido, a mãe descreve uma sensação inicial de culpa. Após explicar a gravidade da situação à filha, a família seguirá em busca de justiça.

“É muito revoltante passar por tudo isso. No início, eu me culpei muito por ter depositado confiança naquela babá. É uma sensação de impotência porque, mesmo que eu faça tudo o que puder fazer, minha filha vai lembrar para sempre do que ocorreu. É algo que não dá para apagar da cabeça dela”, lamenta.

“Agora minha filha entende que tudo isso é muito errado. Antes, pela idade e inocência, ela achava que não passava apenas de uma brincadeira que o marido da babá fazia, pois ele denominava dessa forma”, complementa.

A criança passou por exame de corpo de delito no Instituto Médico Legal (IML) de Jundiaí e também por sessões com psicólogos. Os profissionais afirmam que seu estado de saúde mental é estável.

“A psicóloga disse que ela está bem, na medida do possível. Não teve nenhuma alteração no comportamento, felizmente. O laudo do IML mostra que não há nenhuma anormalidade. Ainda que não tenha marcado o corpo, marcou o psicológico. Foi muito grave”, diz.

Em nota, a Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) afirma que as investigações estão sob segredo de Justiça. O caso foi registrado como estupro de vulnerável.

Via G1