Garra, animação, técnica e muita lição de vida são esbanjadas pelas equipes 60+ e 70+ de vôlei adaptado do Time Jundiaí. As equipes colecionam bons resultados em diversas competições, além de boas histórias. No Complexo Educacional, Cultural e Esportivo (CECE) Dr. Romão de Souza, na Colônia, faça frio ou faça sol, os grupos seguem na preparação para os Jogos da Melhor Idade (JOMI), competição referência para esse público no Estado de São Paulo, previsto para agosto.
Sem tirar o olho da quadra, a aposentada Antônia do Nascimento, de 61 anos, conta que começou a jogar pela cidade faz um ano, mas treina há 12. Tudo começou quando ela precisa de uma atividade que auxiliasse a se recuperar de uma lesão no ombro. “Me identifiquei justamente com o vôlei. Desde então, não parei. Ganhei qualidade de vida, oportunidade de convívio e uma nova família. Hoje, eu sou a atleta da minha família, com o apoio de todos em casa”, ressalta.
Na lista de benéficos trazidos pela modalidade estão a promoção da saúde, com a prevenção de doenças e o fortalecimento muscular. O trabalho em grupo também reflete na melhora da concentração, na socialização, na autoestima e na redução do estresse.
A treinadora das meninas, Andrea Censi, há 20 anos na modalidade, ressalta que é visível a melhora na qualidade de vida dos praticantes. “Muitos já passaram por muitas perdas, ou até mesmo superaram doenças graves, e na equipe são inseridos em um novo contexto, se sentindo importantes. O nosso sucesso vem disso. Estamos com uma boa equipe de competição, colecionando bons resultados na Liga de Sorocaba e no JOMI. Neste ano, teremos o primeiro sulamericano da idade e seguimos para todos os campeonatos com boas chances”, resume.
Neste ano, o Time Jundiaí já lidera a competição Confederação Brasileira de Voleibol Adaptado (CBVA). Em 2022, a equipe foi campeã da Liga de Sorocaba nas quarto categorias feminino e masculino 60 e 70 anos, trazendo para o Município o troféu de campeão geral.
Diferencial
O vôlei adaptado foi criado pensando nas pessoas que precisam de certos cuidados, mas mesmo assim necessitam fazer exercícios físicos. A diferença para o vôlei tradicional é que, por exemplo, é proibido saltar para passar a bola para o time adversário, evitando que o impacto cause danos as articulações. Os toques são limitados para que os jogadores não precisem fazer movimentos muito bruscos. A maioria das competições segue as normas especificadas do regulamento dos JOMI.
Quem está na arquibancada, praticamente não nota a diferença tamanha é a energia. “É sempre muito bom estar em quadra, treinando ou competindo pela nossa cidade. Os ganhos são muitos para o corpo e para a mente. Treinamos, convivemos, brincamos, passeamos, enfim”, fala Marli Luchini, de 68 anos, uma das veteranas da equipe 60+ e destaque de Jundiaí, em 2022, na defesa na Liga de Sorocaba.
A modalidade para quem deseja iniciar é ofertada nos CECEs Francisco Dal Santo, na Vila Rami; Aramis Polli, na Vila Hortolândia; Antônio de Lima, na Agapeama; José Pedro Raymundo, na Vila Rio Branco; Mário Milani, no Ivoturucaia; Vanderlei Antonio Sperandio, no Jardim Santa Gertudes; além do Romão de Souza.