A divulgação do levantamento do Índice de Breteau (IB), que identifica a infestação do mosquito Aedes aegypti por meio de amostra de larvas coletadas em imóveis residenciais, pela Vigilância em Saúde Ambiental (VISAM) – órgão da Unidade de Gestão de Promoção da Saúde (UGPS) -, aponta que a população precisa redobrar os cuidados para evitar o risco do crescimento de casos das arboviroses: dengue, chikungunya e zika, no Município. Pratos, vasos, baldes, garrafas retornáveis, pneus e lonas continuam sendo os principais criadouros do mosquito.
A coleta de dados foi realizada entre os dias 9 e 31 de janeiro. As equipes atuaram em oito áreas e vistoriaram 5.796 casas para medir a infestação do mosquito. De cada 100 imóveis visitados, três possuíam criadouros diversos com larvas do Aedes aegypti. A partir dos dados, o cálculo do Índice de Breteau de Jundiaí foi de 3,3, o que significa situação de alerta para ocorrência de surtos ou epidemia.
Entre as regiões com maior risco estão: Vila Rami, Vila Arens, Vila Progresso, Vianelo, Eloy Chaves, Almerinda Chaves, Vila Marlene, Torres de São José, seguida de outras como a Ponte São João, a Agapeama, o Jardim do Lago, a Vila Rio Branco e o bairro Jundiaí Mirim.
“A VISAM, ao longo do ano, mantém a vigilância e as ações para orientar a população sobre a necessidade de eliminar qualquer objeto que possa acumular água e servir de criadouro para os mosquitos. Apesar das iniciativas do Poder Público, o levantamento confirma a baixa mobilização da sociedade. É essencial que cada um faça a sua parte. É fundamental que sejamos proativos para evitar uma epidemia neste ano. As arboviroses são doenças graves e que podem levar a óbito”, salienta a diretora do Departamento de Vigilância em Saúde da UGPS, Fauzia Abou Abbas Raíza.
Recipientes
Ao todo, foram encontrados 4.398 recipientes expostos, provavelmente com os ovos do mosquito, como pratos de vasos, vasos de plantas, latas, garrafas pet, plásticos utilizáveis, pneus, regadores/baldes, lonas (encerados plásticos) e ralos externos. Outros 1.150 recipientes estavam com água e 165 criadouros tinham larvas, sendo que 135 deles, ou seja 82%, possuíam larvas do mosquito transmissor das doenças.
“O IB aponta que é necessário que a população faça sua parte. Essa baixa mobilização da sociedade nos preocupa. O índice mostra que o risco de termos uma epidemia é grande. Fatores ambientais, como a presença desses criadouros, a chuva, a umidade e as temperaturas elevadas favorecem a infestação. A entrada na cidade de casos importados também aumenta as possibilidades de contaminação”, complementa a biomédica da VISAM, Ana Lúcia de Castro Silva.
Boletim
De acordo com o último boletim de arboviroses, Jundiaí registrou entre os dias 1 e 27 de janeiro, cinco casos importados de dengue e nenhum caso de zika e de chikungunya. Em 2022, foram 639 autóctones de dengue (contraídos no Município) e 225 importados (contraídos em outras cidades ou estados); 5 casos de chikungunya importados; e nenhum caso de zika.