“Galã do Tinder” é condenado a 4 anos e 6 meses de prisão por golpe de R$ 150 mil

A Justiça de São Bernardo do Campo condenou o réu Renan Augusto Gomes, conhecido como “Galã do Tinder”, a quatro anos e seis meses de prisão em processo no qual uma mulher denunciou ter perdido R$ 150 mil para o golpista.

Ele foi condenado pela prática de delito de estelionato e, segundo o Tribunal de Justiça de São Paulo, cumprirá a pena em regime inicialmente fechado, sem direito ao recurso em liberdade. O processo tramita em segredo de justiça.

“Na fixação da pena foram consideradas as graves consequências do delito – tanto o prejuízo financeiro, quanto o intenso sofrimento psicológico da vítima –, a personalidade dele voltada para a criminalidade e a insensibilidade moral do réu, assim como o abuso da relação de confiança estabelecida com a vítima”, afirmou a promotora de Justiça Érika Pucci da Costa Leal, que atua no caso.

“Ele já tinha condenações por estelionato, mas outros tipos de estelionato. Também a continuidade delitiva, pois ele pediu várias vezes dinheiro para a vítima com várias desculpas e falsas situações criadas pelo réu”, acrescentou.

Conforme o código penal, a pena por estelionato varia de 1 a 5 anos. Ou seja, a pena de Gomes está próxima à pena máxima.

Segundo ela, a sentença está em conformidade com o chamado estelionato sentimental, que se caracteriza pelo induzimento da vítima em erro, mediante o emprego de meio fraudulento para obtenção de bens ou valores, em proveito próprio ou alheio. Estabelecida a relação de confiança, o réu apresenta à vítima falsas situações que demandam dela o aporte de valores ou bens.

A promotora afirma ainda que o caso é um paradigma na esfera criminal. “Isso porque, mesmo verificado claramente o emprego de fraude, há inúmeras decisões que excluem a aplicação do direito penal a casos que tais, tratando-os de forma simplista como se fossem meros desacertos financeiros entre as partes”, disse ela.

Segundo Érika, a aceitação de fraudes muito menos complexas como aptas a caracterizar o crime de estelionato ilustra o preconceito ainda existente no trato do estelionato sentimental.

“Ele iludiu muito suas vítimas. Fez proposta de casamento para uma delas. Tem vítima que estava tentando engravidar dele, em um relacionamento com ele há mais de um ano. Ele destrói não somente o patrimônio das vítimas, mas acaba com a autoestima delas”, afirmou a promotora.

Fonte: CNN Brasil