O presidente Jair Bolsonaro demitiu nesta quinta-feira (13) o ministro Santos Cruz, da Secretaria de Governo. É a primeira baixa de um militar integrante do governo.
O presidente já escolheu o sucessor: é o general Luiz Eduardo Ramos Baptista Pereira, comandante militar do Sudeste.
De acordo com o Exército, Ramos é natural do Rio de Janeiro. Ele foi declarado aspirante a oficial da arma de Infantaria em 1979, e promovido a general de Exército, topo da carreira militar, em 2017. Entre as principais funções exercidas pelo general, estão o comando da 11ª Região Militar, em Brasília (DF), e da 1ª Divisão de Exército, no Rio de Janeiro (RJ). Também comandou a Missão das Nações Unidas para a Estabilização do Haiti e foi vice-chefe do Estado-Maior do Exército.
O general Luiz Eduardo Ramos, novo ministro da Secretaria de Governo — Foto: Divulgação / Comando Militar do Sudeste
Segundo fontes do Palácio do Planalto, a demissão de Santos Cruz não abala o grupo militar que integra a equipe ministerial.
General da reserva, Santos Cruz foi alvo no mês passado de ataques do ideólogo Olavo de Carvalho, avalizados pelo filho do presidente, Carlos Bolsonaro.
Na segunda-feira, Santos Cruz pediu para falar com Bolsonaro, mas o presidente não quis recebê-lo. Foi preciso que o ministro Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional) intercedesse. Bolsonaro acabou recebendo Santos Cruz na própria segunda-feira.
Para um auxiliar, o presidente afirmou: “Estou com uma kriptonita no colo”. Desde então, as relações entre ele e o ministro nunca mais foram boas.
O vereador Carlos Bolsonaro (PSC-RJ), filho do presidente, que endossou as críticas de Olavo de Carvalho a Santos Cruz, foi pivô da crise que resultou na demissão de outro ministro: Gustavo Bebianno, da Secretaria Geral da Presidência.
Nota de Santos Cruz
Leia abaixo a íntegra de carta à imprensa divulgada por Santos Cruz:
CARTA À IMPRENSA
Na oportunidade em que deixo a função de ministro da Secretaria de Governo (Segov) da Presidência da República, por decisão do Excelentíssimo Presidente Jair Messias Bolsonaro, expresso minha admiração e agradecimento:
– A todos os servidores da Segov, pela dedicação, capacidade e amizade com que trabalharam, desejando que continuem com a mesma exemplar eficiência;
– Aos Excelentíssimos Deputados e Senadores, digníssimos representantes do povo brasileiro, pelo relacionamento profissional respeitoso, desejando sucesso no equacionamento e na solução das necessidades e anseios de todos os brasileiros, com especial destaque para o Excelentíssimo Senador Davi Alcolumbre (presidente do Senado Federal) e Excelentíssimo Deputado Rodrigo Maia (presidente da Câmara dos Deputados);
– Aos Governadores e Prefeitos que deram a honra de trazer à Segov suas contribuições;
– À imprensa, de modo geral, pelo profissionalismo que sempre me trataram em todas as oportunidades;
– Às autoridades do Poder Judiciário, Ministério Público e do Tribunal de Contas da União, pela cortesia no relacionamento e nas oportunidades em que tive a honra de travar contato, desejo que sejam sempre iluminados em suas decisões.
– Às diversas instituições e organizações civis, empresas, servidores públicos, embaixadores e todos os cidadãos que travaram contato com o governo por meio da Segov;
– Ao Presidente Bolsonaro e seus familiares, desejo saúde, felicidade e sucesso.
CARLOS ALBERTO DOS SANTOS CRUZ
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18 de fevereiro – Gustavo Bebianno (Secretaria-Geral da Presidência)
Gustavo Bebianno, ministro da Secretaria-Geral, é exonerado após sete semanas no cargo — Foto: Reprodução/JN
Então ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Gustavo Bebianno foi demitido em 18 de fevereiro, após sete semanas no cargo. Bolsonaro atribui a saída do ministro a “incompreensões e questões mal entendidas de parte a parte”. Foi substituído pelo general da reserva Floriano Peixoto Neto.
8 de abril – Ricardo Veléz (Educação)
Bolsonaro demite ministro da Educação após três meses de polêmicas — Foto: Reprodução/JN
Ministro da Educação, Ricardo Veléz Rodriguez foi demitido em 8 de abril. Veléz enfrentava uma “guerra” no Ministério da Educação provocada por desentendimentos entre assessores. Foi substituído por Abraham Weintraub.
Fonte: Globo/G1