Durante audiência de custódia realizada no último domingo (25), o gerente de postos de combustíveis George Washington de Oliveira Sousa, 54 anos afirmou à Justiça que pediu para tirar de seu depoimento as partes que citavam o presidente Jair Bolsonaro (PL) e o presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Sousa foi preso em flagrante por montar um artefato explosivo em um caminhão de combustível perto do Aeroporto Internacional de Brasília no último sábado (24).
“Na delegacia, a única coisa que relatei ao delegado e ele colocou nos autos, colocou duas vezes, que eu estava contra o nome Lula, eleições de Lula. Eu pedi para ele retirar e ele se chateou comigo. Estamos num ato que não é [sobre] eleições de Lula, foram eleições que aconteceu no Brasil. Ele [delegado] colocou também o nome do presidente Bolsonaro que eu também pedi para ele retirar, mas acredito que ele não retirou”, disse George.
Segundo a Polícia Civil, no apartamento onde o homem foi preso, no Sudoeste, no Distrito Federal, foi encontrado um arsenal: um fuzil AR10; duas espingardas calibre 12; 30 cartelas de munição 357 Magnum; 39 cartelas de munição 9 mm, contendo dez munições intactas e duas caixas contendo 50 munições de 9 mm.
Em depoimento, Sousa, que foi autuado por terrorismo, confessou que o ato teve “motivação ideológica”. No auto da prisão em flagrante, ele citou que a motivação para comprar um arsenal de armas, no valor de R$ 160 mil, foi uma frase do presidente Bolsonaro.
“O que me motivou a adquirir as armas foram as palavras do presidente Bolsonaro, que sempre enfatizava a importância do armamento civil dizendo o seguinte: ‘um povo armado jamais será escravizado’, e também a minha paixão por armas que tenho desde a juventude”, disse.
Em depoimento à Polícia Civil do Distrito Federal, Sousa afirmou que a intenção dele e do grupo com quem estava era provocar a intervenção militar e a decretação de um estado de sítio para “impedir a instauração do comunismo no Brasil”.
Fonte: CNN Brasil