Ainda que em patamares elevados, a inflação no país deve seguir em queda até o final do ano, mantendo a tendência de redução observada nos últimos três meses. É o que apontam economistas, que estimam que a inflação acumulada de 2022 feche abaixo dos dois dígitos.
No entanto, eles também são unânimes em afirmar que a queda dos preços ao consumidor só deve começar a acontecer em 2024. Apesar das perspectivas, o cenário pode mudar caso ocorram novos anúncios de reajustes nos combustíveis — defasados no mercado internacional — o que, avaliam os economistas, devem fazer a inflação voltar a subir no país.
Felipe Camargo, economista sênior da América Latina pela Oxford Economics, reconhece que o país teve um mês de “surpresa” no IPCA de maio, quando veio abaixo do esperado (0,47%), e que a tendência, observando o panorama atual, é de queda da inflação até o final do ano. Porém, ele pondera que é preciso cautela em relação aos próximos meses.
De acordo com o estudo feito pelo economista da Fundação Getúlio Vargas, Alberto Ajzental, o Índice de Preços ao Consumidor (IPCA) acumulado de abril deste ano, quando atingiu 12,13%, possivelmente marcou o ápice da inflação. “Daqui para frente, tudo indica que haverá queda gradual dos índices, processo chamado de desinflação”, avalia o economista.
No último boletim parcial do Relatório Focus, divulgado no dia 6 de junho, as previsões do mercado indicaram que a inflação de 2022 fechará em 8,89%, e em 4,39% em 2023. As estimativas foram piores do que as dos dados divulgados no boletim anterior, no dia 2 de maio, quando apontava para uma inflação de 7,89% para este ano e de 4,1% no ano que vem.