A chegada da primavera ao Brasil traz junto temperaturas cada vez mais elevadas e tempo seco – as condições certeiras para atiçar a vontade de tomar sorvete. Foi com essa justificativa que a ABIS (Associação Brasileira das Indústrias e do Setor de Sorvetes) cravou a data de 23 de setembro, um dia após o início da estação, como o Dia Nacional do Sorvete, em uma tentativa de impulsionar as vendas do setor.
A iguaria foi criada na China há mais de 4 mil anos, quando uma mistura de leite e arroz foi congelada na neve, formando uma espécie de raspadinha. Mas demorou até que o produto chegasse ao Brasil. Foi só em 1834 que o navio Madagascar, vindo de Boston, aportou no Rio de Janeiro com 200 toneladas de gelo em blocos para produção do sorvete. Hoje, de acordo com a ABIS, cada brasileiro toma de 5,5 a 8 litros do gelado por ano, o que faz do Brasil o 6º país que mais consome sorvete no mundo.
Os clássicos seguem populares. De acordo com a Associação Internacional de Laticínios, o sorvete de creme foi a escolha de 29% da população mundial, entre todos os sabores disponíveis – seguido por chocolate, morango, napolitano e flocos. Mas diversas marcas pelo Brasil e pelo mundo inovam com misturas cada vez mais ousadas e fora do convencional.
10 Curiosidades sobre sorvete
- Existem diversas versões para a origem do sorvete. A maioria dos historiadores acredita que ele foi criado na China, há mais de 3 mil anos. Nessa época, era uma pasta de leite de arroz misturado com neve, e ficava parecido com uma raspadinha.
- O sorvete, na Roma Antiga, era privilégio dos mais ricos. O imperador Nero mandava seus escravos buscarem neve nas montanhas e voltarem o mais rápido possível. Para que ela não derretesse e desse tempo de ser misturada ao mel e à polpa de frutas.
- Muitos chefes de Estado tinham verdadeira fixação por sorvetes. O rei Carlos I da Inglaterra, por exemplo, tinha uma receita de seu sorvete favorito guardada a sete chaves, que só foi revelada pelo cozinheiro do palácio com a morte do monarca. Ex-presidentes dos Estados Unidos também tinham suas receitas favoritas e exclusivas. Thomas Jefferson tinha seu próprio sorvete de baunilha. George Washington teria pagado 200 dólares, o que na época era uma quantia considerável, por um sabor exclusivo.
- A casquinha caiu no gosto popular em 1904, depois que um imigrante sírio que participava de uma feira de alimentos na Louisiana, Estados Unidos, ficou sem pratos de papel. Para resolver o problema, ele serviu o sorvete em cones feitos de uma massa parecida com o waffle, chamada zalabia. Na mesma época, outros 50 vendedores afirmaram ser os inventores da casquinha pelo mesmo motivo. Uma outra versão diz que o italiano Ítalo Marciony cansou de ver seus clientes quebrarem os copos de vidro em que servia o produto e optou pelo cone crocante.
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No Brasil, o sorvete chegou primeiro ao Rio de Janeiro, ainda na monarquia. No dia 23 de agosto de 1834, Lourenço Fallas inaugurou na corte duas casas que vendiam sorvetes e produtos gelados. Uma no Largo do Passo e outra na Rua do Ouvidor. Para garantir que o produto não derretesse, comprou 217 toneladas de gelo de Boston, nos Estados Unidos, que foram trazidos para o Brasil por um navio. O gelo foi envolto em serragem e enterrado em buracos – com a técnica, durou 5 meses.
- O Imperador Dom Pedro II era fanático por sorvete de pitanga.
- Como naquela época não havia como conservar o sorvete depois de pronto, as sorveterias anunciavam a hora certa de tomá-lo. Um anúncio colocado em 4 de janeiro de 1878 no jornal A Província de São Paulo dizia: “Sorvetes todos os dias às 15 horas, na Rua Direita nº 14″.
- O sorvete com sabores tropicais (manga, pitanga, jabuticaba, carambola, caju e coco) foram invenções genuinamente brasileiras.
- O país que mais toma essa delícia no mundo é a Nova Zelândia: cada habitante saboreia em média 26,3 litros de sorvete por ano. Os EUA aparecem em seguida, com 22,5 litros, seguidos pelos canadenses e seus 17,8 litros. O Brasil ocupa o 11º lugar no ranking: 4,7 litros por ano.
- O sorvete mais caro do mundo foi servido por um restaurante de Nova York pela bagatela de US$ 25 mil em 2007. A receita contava com 5 gramas de ouro comestível de 23 quilates.
Fonte: Forbes / Cafedonuts
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