O governo de São Paulo disse nesta quarta-feira (25) que vai começar a aplicar a dose de reforço da vacina contra o coronavírus a partir do dia 6 de setembro nos idosos acima de 60 anos do estado.
Ainda de acordo com a gestão estadual, a imunização será destinada à população dessa faixa de idade que tomou a segunda dose há pelo menos seis meses. A vacinação de pessoas com mais de 60 anos será escalonada por faixas etárias, ou seja, pessoas mais velhas devem receber o reforço antes.
O anúncio foi feito pelo governador João Doria (PSDB) em coletiva de imprensa no início da tarde desta quarta. Cerca de 900 mil pessoas em todo o estado devem receber a dose adicional. A dose de reforço deve ser registrada em uma carteirinha de vacinação adicional, na cor azul.
“Desde a semana passada, o comitê vem discutindo com a área da saúde do governo de São Paulo, e também com o comitê do Programa Estadual de Imunização (PEI), a proteção das pessoas com mais idade, com mais de 60 anos. Essa decisão foi finalizada hoje pela manhã, para aumentar a proteção do público com mais de 60 anos, suscetíveis, portanto, aos efeitos da Covid-19”, disse Doria.
“As pessoas acima de 60 anos que serão vacinadas são aquelas que já completaram 6 meses da segunda dose. Se mesmo tendo mais de 60 anos, se a segunda dose ocorreu há menos de 6 meses, ela deverá aguardar até completar os 6 meses. Isso é uma questão técnica, porque é a partir do 6º mês que há possibilidade de uma queda na imunidade”, explicou o secretário-executivo do Comitê Cientifico paulista, João Gabbardo.
Segundo o governo estadual, a dose de reforço será feita com imunizantes da marca da vacina que estiver disponível nos postos. No entanto, o governo federal afirma que a dose de reforço deve ser feita preferencialmente com a Pfizer, mas que também poderão ser utilizadas as vacinas da AstraZeneca e Janssen.
Estudos mostram que doses de reforço com vacinas de RNA mensageiro – como é o caso da Pfizer – têm melhor resposta na população de mais idade. Por conta disso, a recomendação do Ministério da Saúde é combinar a vacina da Pfizer com qualquer outra que a pessoa já tenha tomado.
“Em relação à marca da vacina, o posicionamento do Comitê Científico é de que, nessa dose adicional, pode ser utilizada a vacina que nós tivermos disponível. Lembro também que quando chegar a vez da Janssen, que também é dose única, haverá uma dose de reforço para quem tomou Janssen. Então, a vacina, o fabricante, vai ficar de acordo com a disponibilidade“, disse Gabbardo.
Segundo os especialistas, há uma diferença entre terceira dose e dose de reforço. Eles chamam de terceira dose aquela necessária para completar o esquema vacinal, que visa atingir a proteção desejada. Já a dose de reforço é aquela que faz a manutenção do nível de anticorpos atingido pelas duas doses anteriores.
Embates com o Ministério
No calendário nacional, anunciado nesta manhã pelo Ministério da Saúde, a dose de reforço começa a ser aplicada para população acima de 70 anos e pessoas imunossuprimidas a partir do dia 15 de setembro.
A gestão estadual disse que ainda não definiu como será feita a aplicação da dose de reforço na população imunossuprimida.
O governador João Doria defendeu que a antecipação da data já era discutida pelo Programa Estadual de Imunização e recomendada pelo grupo de médicos e cientistas responsável pela condução da crise da Covid-19 no estado.
Entretanto, mais cedo, em coletiva na sede do Butantan, ele afirmou que a data só seria definida após reunião do PEI, que ocorreria nesta quinta (26), e anunciada na sexta (27).
Segundo João Gabbardo, o governo ainda divulgará as datas do programa e o calendário de escalonamento por faixas-etárias.
Fonte: G1