Cotado como um dos possíveis candidatos à Presidência em 2022, o apresentador Luciano Huck afirmou nesta quarta-feira (16) que não disputará a eleição do próximo ano.
Em entrevista ao programa “Conversa com Bial”, exibido pela TV Globo, Huck anunciou ainda que substituirá Fausto Silva, o Faustão, na programação da emissora nas tardes de domingo.
“Acho bom eu deixar a fotografia bem clara e ser o mais franco e o mais sincero possível: eu nunca me lancei candidato a nada, não estaria retirando nada porque nunca lancei uma candidatura”, disse o apresentador ao ser questionado se em 2022 estaria no horário eleitoral gratuito ou nas tardes de domingo da emissora.
“Isso não quer dizer que eu estou fora do debate público. Poder, a partir de 2022, fazer um programa popular, porém, com uma mensagem positiva de esperança (…) eu vejo esse desafio como o mais importante da minha carreira e vou dedicar cada dia e minuto para que seja um espelho da nossa sociedade, do que a gente tem de bom”, completou.
Questionado por não ter disputado a eleição presidencial de 2018, quando era apontado como um dos favoritos diante da impossibilidade de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) concorrer ao cargo, o apresentador disse que, naquele momento, “o sistema estava sofrido, o establishment estava derretido”.
“Talvez tivesse uma oportunidade ali, mas eu não consigo enxergar um cargo desse tamanho como uma oportunidade – isso seria uma irresponsabilidade, sabe?”, ponderou Huck. “Em 2018 eu não cogitei nesse sentido porque não era responsável da minha parte fazer isso.”
“O Brasil está sofrendo o que está sofrendo hoje em dia porque não existe projeto de país. É o que eu disse outro dia: ‘não existe vento bom para uma nau sem rumo’. O Brasil precisa de projeto (…) de um projeto de país”, continuou.
Ainda sobre a disputa eleitoral daquele ano, o apresentador disse que não votou nem em Jair Bolsonaro (sem partido) nem em Fernando Haddad (PT) no segundo turno.
“O voto no Brasil é secreto, mas eu vou compartilhar aqui o que você me perguntou: eu votei em branco [no segundo turno] na última eleição, tá? E acho que naquela circunstância é o que eu deveria ter feito e fiz com bastante tranquilidade”, disse.
“Os dois candidatos que se apresentavam naquela época eu não me sentia representado por nenhum dos dois e achei melhor votar em branco. Foi o que eu fiz. Não me arrependo. Votaria em branco de novo.”
Politização das Forças Armadas
Huck também criticou a tentativa de politização das Forças Armadas pelo atual governo.
“Neste momento, em que estão tentando politizar as Forças Armadas brasileiras, é muito importante a gente defender sua missão original, que é nos proteger e nos dar assistência”, disse ele.
“Acho que quando você começa a colocar as Forças Armadas no caderno da política está no lugar errado, acho que não é ali [a função dela]”, completou, dizendo considerar arriscado colocar em risco a relação que está sendo reconstruída com a sociedade desde a redemocratização por projetos pessoais e partidários.