A decisão sobre o escritório de negócios fez com que a Palestina anunciasse a decisão de chamar para consultas o embaixador no Brasil. Na diplomacia, o ato serve para demonstrar grande insatisfação e reprovação por parte do governo palestino à atitude do presidente.
A medida foi um considerada pelo governo um meio-termo diante da pretensão anunciada por Bolsonaro em 2018 de transferir a embaixada do Brasil em Israel de Tel Aviv para Jerusalém. A mudança poderia resultar em uma retaliação comercial de países árabes, grandes compradores de carne brasileira.
Segundo a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, a abertura do escritório fez com que os países árabes ficassem “desconfortáveis” em relação ao Brasil.
Nazismo
A declaração do presidente sobre o nazismo foi dada na última terça (2). Após visitar o Museu do Holocausto, que considera o nazismo de direita, Bolsonaro afirmou não ter “dúvida” de que o nazismo era um regime de esquerda. O nazismo consistiu em um movimento nacionalista durante o regime de Adolf Hitler na Alemanha que pregava a superioridade dos arianos e perseguia judeus. O nazismo, reforçam historiadores, se dizia justamente contrário à esquerda, ao comunismo e ao socialismo.
Mas, para o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, o nazismo era de esquerda. “O senhor concorda com o seu chanceler de que o nazismo foi um movimento de esquerda?”, indagou um jornalista a Bolsonaro durante a viagem a Israel.
“Não há dúvida, não é? Partido Socialista, como é que é? Da Alemanha. Partido Nacional Socialista da Alemanha”, respondeu o presidente.
Conforme o comentarista Guga Chacra, da GloboNews, o partido citado por Bolsonaro tinha o objetivo de expandir a presença dos arianos, não a esquerda. O comentarista acrescentou ainda que Bolsonaro é filiado ao Partido Social Liberal (PSL).
Em resposta à fala de Bolsonaro, o vice-presidente Hamilton Mourão afirmou: “De esquerda, é o comunismo, não resta a mínima dúvida”.
Previdência e partidos
Ao final da visita a Israel, Bolsonaro afirmou nesta quarta-feira que vai “jogar pesado” para aprovar a proposta de emenda à Constituição (PEC) da reforma da Previdência, enviada em fevereiro ao Congresso Nacional.
“Vamos jogar pesado na [reforma da] Previdência, porque é um marco. Se der certo, tem tudo para fazer o Brasil decolar”, disse.
A partir desta quinta-feira (4), Bolsonaro reforçará a articulação em favor da reforma ao iniciar uma sequência de encontros com presidentes de partidos. De acordo com o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, Bolsonaro receberá na quinta:
- Marcos Pereira, presidente do PRB
- Gilberto Kassab, presidente do PSD
- Geraldo Alckmin, presidente do PSDB
- Ciro Nogueira, presidente do PP
- ACM Neto, presidente do DEM
- Romero Jucá, presidente do MDB
Fonte: G1