O desemprego diante da pandemia causada pelo novo coronavírus bateu recorde na penúltima semana de setembro, atingindo mais de 14 milhões de brasileiros. É o que apontam os dados divulgados nesta sexta-feira (16) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
De acordo com o levantamento, entre maio e setembro, mais de 4,1 milhões de brasileiros entraram para a fila do desemprego, o que corresponde a uma alta de 43% do número de desempregados no país em cinco meses.
Com isso, a taxa de desemprego passou de 10,5% para 14,4%, a maior de todo o período pesquisado.
A pesquisa mostrou também que:
- Entre as regiões, o Nordeste apresentou a maior alta no número de desempregados, de 69%.
- O Sudeste, região mais populosa, concentra cerca de 45% dos desempregados no país.
- A população ocupada ficou estável na maior parte do período pesquisado.
- O nível de ocupação também ficou estável ao longo da pandemia.
- A flexibilização do isolamento social foi responsável por pressionar o mercado de trabalho.
- A informalidade teve queda no país, indicando estagnação do mercado de trabalho.
- O número de trabalhadores afastados por causa do isolamento social caiu em 83,9% em 5 meses.
Número de desempregados no país teve alta de 43% entre maio e setembro, aponta IBGE — Foto: Economia/G1
O levantamento foi feito entre os dias 20 e 26 de setembro por meio da Pnad Covid-19, versão da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua realizada com apoio do Ministério da Saúde para identificar os impactos da pandemia no mercado de trabalho e para quantificar as pessoas com sintomas associados à síndrome gripal no Brasil. Esta foi a última edição da pesquisa semanal.
Apesar de também avaliar o mercado de trabalho, a Pnad Covid19 não é comparável aos dados da Pnad Contínua, que é usada como indicador oficial do desemprego no país, devido às características metodológicas, que são distintas.
Os dados da Pnad Contínua mais atuais são referentes a julho, quando o país atingiu taxa de desemprego recorde, de 13,8%, com mais de 13,1 milhões de brasileiros em busca de uma oportunidade no mercado de trabalho.
Nordeste teve maior alta no desemprego entre as regiões
A maior parte dos 14 milhões de desempregados na penúltima semana de setembro estava concentrada na Região Sudeste (6,3 milhões), que é a mais populosa do país.
No entanto, foi na Região Nordeste que se observou a maior alta no número de desempregados ao longo dos cinco meses de pandemia – passou de 2,3 milhões na primeira semana de maio para 3,9 milhões na penúltima de setembro, o que corresponde a uma alta de 69% no período.
Região Sudeste concentra quase metade do total de desempregados no país, mas foi no Nordeste que o desemprego avançou mais. — Foto: Fernanda Garrafiel/G1
A segunda maior alta foi observada na Região Norte, onde o número de desempregados passou de 890 mil para 1,3 milhão – um aumento de 46,9%.
O Sudeste, por sua vez, registrou alta de 39,2% no número de desempregados, passando de 4,3 milhões para 6,3 milhões.
No Centro-Oeste, região com o menor número de desempregados, o número de pessoas buscando emprego aumentou de 819 mil para 1 milhão, o que corresponde a um aumento de 25%.
Já a Região Sul viu o contingente de desempregados passar de 1,3 milhão para 1,5 milhão, uma alta de 16,5%.