Salário mínimo sobe para R$ 1.621 em 2026 e amplia impacto nas contas públicas

O salário mínimo nacional será reajustado para R$ 1.621 a partir de 1º de janeiro de 2026. O novo valor foi oficializado pelo Decreto nº 12.797, publicado no Diário Oficial da União nesta quarta-feira (24) e assinado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O aumento é de R$ 103 em relação ao piso atual, de R$ 1.518.

Quem recebe o mínimo ou benefícios atrelados a ele, como aposentadorias, seguro-desemprego e o Benefício de Prestação Continuada (BPC), começará a receber o valor corrigido no início de fevereiro. Segundo o Dieese, o salário mínimo serve como referência direta para 59,9 milhões de pessoas no país.

O reajuste segue a política de valorização retomada no atual governo, que combina a inflação medida pelo INPC com o crescimento do PIB. A inflação acumulada até novembro foi de 4,18%, enquanto o ganho real ficou limitado a 2,5%, conforme o teto previsto no novo arcabouço fiscal. Sem o ganho real, o mínimo ficaria em torno de R$ 1.582.

Apesar do impacto positivo no poder de compra, o aumento pressiona as contas públicas. De acordo com estimativas do governo, cada R$ 1 acrescido ao mínimo gera R$ 420 milhões em despesas. Com isso, o reajuste de R$ 103 deve elevar os gastos obrigatórios em cerca de R$ 43,2 bilhões em 2026, reduzindo a margem para despesas discricionárias.