Brasil aparece entre os países mais endividados da América Latina, aponta FMI

O Brasil deve encerrar 2025 com uma das maiores dívidas brutas da América Latina e Caribe, segundo dados atualizados do FMI. A projeção da instituição coloca o país com um endividamento equivalente a 92% do PIB, índice que supera com folga a média regional, estimada em cerca de 71%.

Os números deixam o Brasil na sexta posição entre as economias mais endividadas do continente, atrás apenas de países que enfrentam desequilíbrios fiscais ainda mais profundos, como Venezuela, Dominica e Barbados.

Ranking — Dívida bruta (% do PIB) em 2025, segundo o FMI

  1. Venezuela – 138,46%
  2. Dominica – 97,78%
  3. Barbados – 97,73%
  4. São Vicente e Granadinas – 93,55%
  5. Bolívia – 92,40%
  6. Brasil – 92,04%
  7. El Salvador – 87,87%
  8. Suriname – 86,59%
  9. Bahamas – 79,39%
  10. Santa Lúcia – 73,63%

O FMI utiliza o padrão internacional GFSM 2014, que amplia o escopo do cálculo ao incluir todos os passivos do governo geral — como títulos, empréstimos e obrigações diversas — garantindo comparabilidade entre países. Essa leitura costuma resultar em números maiores do que os divulgados domesticamente.

Diferenças entre os cálculos do FMI e do Banco Central

Enquanto o FMI trabalha com um conceito mais abrangente, o Banco Central segue a metodologia nacional para medir a Dívida Bruta do Governo Geral (DBGG). Segundo dados divulgados pelo BC nesta sexta-feira (28), a dívida brasileira chegou a 78,6% do PIB em outubro, avanço de 0,6 ponto percentual em relação ao mês anterior.

O aumento foi puxado principalmente pela apropriação de juros, que adicionou 0,9 ponto percentual ao endividamento. Por outro lado, a queda do PIB nominal reduziu 0,3 ponto percentual da relação dívida/PIB.

O estoque total da DBGG atingiu R$ 9,9 trilhões e acumula alta de 2,1 pontos percentuais em 2025.

Mesmo com metodologias distintas, tanto o FMI quanto o Banco Central convergem em um ponto: o Brasil mantém um nível elevado de endividamento público, acima da média regional e ainda distante de uma trajetória de estabilização sustentável.

Fonte: CNN Brasil