Bolsonaro atribui violação da tornozeleira a “surto” causado por medicamentos

Durante a audiência de custódia realizada neste domingo (23), o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou que tentou violar a tornozeleira eletrônica devido a um “surto” provocado por medicamentos psiquiátricos. Segundo a ata assinada pela juíza auxiliar Luciana Sorrentino, Bolsonaro relatou ter tido uma “alucinação” de que o equipamento abrigava uma escuta e, por isso, tentou abrir a tampa com um ferro de solda.

O ex-presidente negou intenção de fuga e disse ter agido movido por paranoia induzida por remédios como pregabalina e sertralina, que teria começado a tomar quatro dias antes do episódio. Ele afirmou que, após “cair na razão”, interrompeu a tentativa e comunicou os agentes responsáveis pela monitoração.

Bolsonaro está preso preventivamente desde sábado (22), após o ministro Alexandre de Moraes, do STF, apontar risco de fuga, violação da tornozeleira e possível uso de apoiadores — mobilizados em vigília convocada por Flávio Bolsonaro — para dificultar a fiscalização das medidas cautelares.

A audiência de custódia concluiu que a prisão foi legal e que não houve abusos por parte da Polícia Federal, mantendo o ex-presidente detido na Superintendência da PF em Brasília, onde recebeu visita da esposa, Michelle Bolsonaro, neste domingo.

Nesta segunda-feira (24), a Primeira Turma do STF julga se mantém ou revoga a prisão. Participam da votação os ministros Flávio Dino, Cármen Lúcia e Cristiano Zanin. Moraes não vota por ser o autor da decisão.

Caso o colegiado referende a determinação, a prisão preventiva poderá seguir por tempo indeterminado, enquanto a Justiça entender que permanece necessária.