Por Dircélio Timóteo – atualizado às 08h52
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foi preso preventivamente na manhã deste sábado (22), após determinação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). A Polícia Federal cumpriu o mandado por volta das 6h, levando o ex-presidente à sede da corporação e, posteriormente, à Superintendência da PF no Distrito Federal, onde ficará em uma Sala de Estado, espaço reservado a autoridades.
Segundo a decisão, a prisão foi motivada principalmente pelo risco elevado de fuga. O alerta foi acionado após o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) convocar uma vigília em frente ao condomínio onde o pai cumpria prisão domiciliar. Minutos depois da meia-noite, o Centro de Monitoração Integrada do Distrito Federal registrou a violação da tornozeleira eletrônica de Bolsonaro.
Moraes afirmou que a movimentação de apoiadores poderia servir para obstruir a fiscalização das medidas cautelares e facilitar uma fuga. Ele relembrou ainda que Bolsonaro já foi citado em investigações por planejar buscar asilo na Embaixada da Argentina. A proximidade do condomínio ao Setor de Embaixadas — cerca de 13 km — também foi considerada um fator de risco.
O ministro mencionou ainda casos recentes de aliados investigados — como os deputados Alexandre Ramagem, Carla Zambelli e Eduardo Bolsonaro — que deixaram o país para evitar medidas judiciais, reforçando a necessidade da prisão preventiva.
Bolsonaro não ofereceu resistência durante a detenção. A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro não estava no local. O ex-presidente passou por exame de corpo de delito sem ser exposto publicamente, com a equipe do IML deslocada até a PF.
A prisão preventiva, sem prazo definido, será reavaliada periodicamente. Bolsonaro estava em prisão domiciliar desde 4 de agosto, imposta por descumprir medidas cautelares ao divulgar, por meio de redes de aliados, mensagens consideradas como incitação a ataques ao STF e apoio a intervenção estrangeira no Judiciário.