Serra do Japi já registrou mais de 20 mil borboletas em estudo de 14 anos

Mais de 20 mil borboletas frugívoras já foram registradas na Serra do Japi em um dos mais longos estudos sobre o grupo em andamento na América Latina. A pesquisa, liderada pelo professor André Victor Lucci Freitas, da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), acontece há 14 anos de forma contínua e busca entender os efeitos das mudanças ambientais sobre a biodiversidade.

O levantamento ocorre com o uso de 50 armadilhas distribuídas em cinco trilhas da floresta, instaladas tanto no sub-bosque quanto no dossel — a parte mais alta da vegetação. A metodologia permite observar padrões de diversidade e comportamento em diferentes camadas da mata atlântica preservada em Jundiaí.

De acordo com Letícia Carlesso de Paula Sena, doutoranda do Programa de Ecologia da Unicamp, a série histórica de dados já começa a revelar variações ligadas a eventos climáticos. “Houve um pico populacional após a seca de 2014 e 2015, seguido por queda acentuada. A partir de 2022, observamos uma recuperação gradual”, afirma.

A pesquisa tem foco nas borboletas frugívoras, grupo que não visita flores, e já catalogou mais de 100 espécies diferentes apenas nesse segmento. Estima-se que a Serra do Japi tenha entre 700 e 800 espécies de borboletas no total, conforme estudos anteriores.

Nesta etapa do trabalho, o grupo também recebe a colaboração internacional da estudante Ana Cecilia Padilla Zamora, da Universidade do Panamá, que participa de intercâmbio científico e acompanha o trabalho de campo e laboratório com as equipes brasileiras.

O superintendente da Fundação Serra do Japi, Flávio Gramolelli Jr., destaca que a presença constante de pesquisadores fortalece a preservação ambiental. “A Serra é um laboratório a céu aberto. Pesquisas como essa reforçam a importância científica e ambiental da nossa floresta”, afirma.

Fonte: Prefeitura de Jundiaí