Edson Aparecido Campolongo, servidor público estadual há mais de 30 anos, foi preso nesta terça-feira (22) sob suspeita de ter participado de ao menos 17 ataques a ônibus na Grande São Paulo. De acordo com a Secretaria da Segurança Pública (SSP), ele é motorista do chefe de gabinete da Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU) e utilizava um carro oficial fora do horário de expediente para cometer os crimes.
A Polícia Civil chegou ao suspeito após identificar um veículo modelo Virtus branco presente em várias cenas de ataques registrados na capital e região metropolitana. A investigação apontou que o automóvel era o mesmo utilizado por Edson em seu trabalho diário, transportando o chefe de gabinete da CDHU de São Bernardo do Campo até o centro da capital paulista.
Na casa do suspeito, foram encontrados materiais utilizados nas ações criminosas, como estilingues e pedras. A polícia não descarta a possibilidade de ele ter utilizado também seu carro particular em algumas ocasiões.
Sérgio Aparecido Campolongo, irmão de Edson, também teve prisão preventiva decretada. Ele é suspeito de envolvimento em ao menos duas ações, mas até a última atualização da ocorrência ainda não havia sido localizado.
Outros dois suspeitos foram presos na segunda-feira (21) por participação em ataques nos bairros da Brasilândia e Vila Mariana, na capital. As investigações apontam que a maioria dos envolvidos participou de maneira pontual, ao contrário de Edson, que esteve em várias ocorrências.
A hipótese de envolvimento do chefe de gabinete da CDHU foi descartada. A empresa não se manifestou sobre eventual afastamento do servidor.
Desde o início de junho, mais de 800 ônibus foram alvos de vandalismo em 27 cidades da Grande São Paulo. A maior parte dos ataques ocorreu nas zonas Sul e Oeste da capital. A Polícia Civil investiga se os crimes estão relacionados a uma disputa interna no sindicato dos trabalhadores do setor de transporte coletivo urbano.
A polícia também avalia a possibilidade de que alguns dos ataques tenham sido cometidos por imitadores, sem ligação direta com a motivação principal, ampliando o impacto da onda de depredações.