Texto de Marcel Godinho – advogado
Em um julgamento que trouxe à tona falhas graves nas investigações, o segundo acusado no homicídio ocorrido em 24 de dezembro de 2023 foi absolvido após a defesa demonstrar que ele não teve participação alguma no crime. O homem, pai da adolescente vítima de importunação sexual, ficou preso por quase 14 meses sem qualquer evidência de envolvimento.
O caso ganhou grande repercussão quando, na madrugada de 24 de dezembro de 2023, um homem de 28 anos foi morto a facadas na Avenida Dr. Cavalcante, em Jundiaí. O autor do homicídio foi preso logo após o crime e alegou que o ato foi motivado por uma discussão sobre a importunação sexual de sua filha, de 14 anos. No entanto, após a prisão do primeiro suspeito, a polícia identificou um segundo envolvido, que foi detido com base em supostas evidências, sem, contudo, apresentar qualquer ligação concreta com o homicídio.
Durante o julgamento, a defesa do pai da vítima demonstrou que ele não teve qualquer participação no crime. Nenhuma prova foi apresentada que ligasse o acusado ao homicídio, e os depoimentos apontaram que a ação foi cometida exclusivamente pelo primeiro acusado, que assumiu a autoria do crime de vingança. Apesar disso, o pai da menina, que já havia passado por um sofrimento imenso, permaneceria preso por mais de um ano, sem poder responder ao processo em liberdade, distanciado da família e injustamente acusado.
Este caso reforça a importância de investigações fundamentadas e imparciais, alertando para o perigo de prisões precipitadas e para os danos causados pela acusação de inocentes. A absolvição do réu, pai da adolescente, trouxe um alívio para a família e a oportunidade de retomar sua vida, após meses de angustiosa espera e privação de liberdade.
O julgamento também destaca que, embora o pai tenha sofrido com a situação envolvendo sua filha, ele não teve nenhum envolvimento no crime.