Jovem jundiaiense fica em 1º lugar no vestibular para Medicina da Unesp

Pedro Henrique de Moraes Oliveira, de 18 anos de idade, foi aprovado como o primeiro colocado do Vestibular 2025 para Medicina da Unesp em Botucatu.

A Universidade Estadual Paulista ofereceu 6.596 vagas de graduação em 24 cidades de São Paulo, com 64.581 alunos na disputa.

O curso escolhido pelo jundiaiense teve a maioria dos inscritos, cerca de um-terço, total de 21.159 candidatos, com apenas 81 vagas para o período integral. Isso significa que eram 261 candidatos por cada vaga.

O segundo lugar entre os cursos mais concorridos foi Psicologia integral em Bauru, com 46 concorrentes por vaga.

Pedro Henrique reconhece que nunca imaginou que poderia ser o primeiro colocado. “Ao saber da lista de aprovados já tirei um peso dos ombros. A alegria mesmo veio quando olhei minha colocação. Eu não conseguia acreditar”.

O estudante conta que foi muito bem na primeira fase e isso lhe deu confiança, então focou na Unesp. “Essa aprovação é ainda mais especial, misto de surpresa e alívio, porque prestei também Unicamp, USP e mais duas outras e não passei, além do Enem. A Unesp foi a última a divulgar resultado e estou muito feliz por ir para uma universidade pública bem conceituada”.

Contudo, ele avisa que poderá mudar de ideia ainda: “Estou na lista de segunda chamada da Unicamp, que fica aqui do lado, enquanto Botucatu leva mais de duas horas e meia, então posso até estudar em Campinas. Os próximos dias vão ser decisivos”.

Ele não imaginava tanto sucesso, como diz, mas veja que curioso: explicou que antes das provas, já dentro das salas de aula, desligava de tudo ao seu redor por alguns segundos e fazia uma mentalização, dizendo várias vezes para si mesmo “Eu estou preparado, eu sou o melhor!”. Foi assim que manteve a calma e conseguiu a proeza de somar a maior nota diante de mais de 21 mil outros concorrentes, muitos que vêm prestando vestibular de longa data sem sucesso na escolha para ser médico.

Humilde, no entanto, diz: “Fui o primeiro, mas a diferença entre eu e o último que passou é muito pequena, pode ser apenas que eu estava em um dia melhor do que ele. Talvez que tenham avaliado minhas respostas de forma melhor ou as questões é que me favoreceram. É todo mundo muito bom, os caras que chegam na segunda fase e que estudaram pra valer são todos preparados”.

Simulados a perder a conta – Morador do Jardim Paulista, ele estudou no Colégio São Vicente, depois no Leonardo Da Vince e fez no último ano o Cursinho Preparatório Anglo Jundiaí voltado para Medicina. “Desde o sexto ano o Leonardo foca lá na frente nos vestibulares e isso me ajudou muito”.

Pedro Henrique lembra ainda que as dezenas de simulados no colégio e cursinho lhe mostraram como deveria fazer na hora decisiva, primeiro atacando as questões de matemática, que para ele exigiam mais. Depois ia resolvendo física, química, biologia e assim mais tranquilo partindo para geografia, inglês e história. Português ele se destaca e é excelente em redação, como assegura a sua professora particular Dilvia Perre.

Como nada vem de graça, Pedro Henrique seguiu firme nos estudos em 2024 ficando cerca de dez horas diárias fora de casa. “Começava às 7 e assistia todas as aulas até 14, então almoçava e voltava para as aulas da tarde, até umas 18h30. E além de me esforçar muito para não perder uma aula, não pensava duas vezes em participar e tirar toda e qualquer dúvida que tivesse. É o segredo”, acredita.

Apesar da surpresa, a comemoração foi tranquila na família, conta o filho de Solange e Sandro Oliveira e irmão da Rafaela. “O meu pai me ligou chorando. A lista saiu às 10 horas do dia 31 de janeiro e três minutos depois ele já tinha visto meu nome. Daí fizemos uma chamada de vídeo em grupo e nós quatro festejamos”.

Para os amigos, Pedro Henrique não ter passado em outros vestibulares antes da Unesp é que surpreendeu. “Em primeiro lugar ninguém nem sonhou, mas que eu ir para uma faculdade todos acreditavam”.

Pedro gosta de assistir séries na TV e ver jogos de futebol. Dos 13 aos 16 anos treinou natação e chegou a ser campeão com o Time Jundiaí. “Espero voltar a nadar na faculdade”.

Vocação para ser médico? Ele responde: “Sempre me interessou muito entender como a gente funciona, como é o corpo humano de verdade e queria fazer algo em que eu pudesse ajudar as pessoas, devolver tudo o que recebi de capacidade, de inteligência para promover mudanças. Minha vontade é a de fazer a diferença na vida das pessoas

“Um menino especial” – Dilvia Perre Santos Vicente lecionou português muito tempo no São Vicente, se aposentou e nos últimos 13 anos ministra aulas particulares de Redação para Vestibular. “É um público seleto, muito comprometido e, geralmente, com objetivo de ingressar em faculdades públicas. O Pedro é um menino especial, super dedicado, muito inteligente, esforçado e, acima de tudo, extremamente simples e generoso”.

Para Dilvia, a Medicina vai ganhar um grande médico em breve: “Certamente será um excelente profissional. Muitos profissionais atuantes em diferente áreas passaram por minhas aulas, tanto no colégio quanto nas particulares e é realmente muito prazeroso fazer parte desse crescimento, completa.

Texto: Edu Cerioni – JundiAqui