APAE Jundiaí destaca a importância do Janeiro Branco e do cuidado com a saúde mental das famílias atípicas

Neste mês dedicado à conscientização sobre a saúde mental, a APAE Jundiaí reforça a importância do Janeiro Branco como um momento essencial para refletir sobre o bem-estar emocional daqueles que cuidam e apoiam o desenvolvimento de indivíduos com deficiência intelectual e múltipla.

Compreendendo os desafios diários enfrentados por essas pessoas, a APAE Jundiaí promove ações de acolhimento e orientação para fortalecer a saúde mental dos familiares. “Quando a pessoa que cuida negligencia sua saúde mental e acaba adoecendo, a relação com o assistido fica frágil e se transforma em angústia e sentimento de culpa. Cuidadores que conseguem ter um olhar para si tendem a ter mais energia para o cuidado com o outro”, destaca o psicólogo Marcelo Araujo dos Santos, coordenador da Assistência Social.

Com esse olhar voltado para as famílias atípicas, a APAE Jundiaí promove rodas de conversas quinzenais, um espaço em que os familiares podem compartilhar suas angústias e vivências num ambiente lúdico e acolhedor. “Nos encontros em grupo, as famílias atípicas relatam suas experiências e trocam afeto e compreensão, estendendo esses momentos de escuta a outras situações enfrentadas nos dia a dia”, conta Marcelo.

Reconhecer a sobrecarga emocional das famílias é um passo crucial para promover um ambiente de acolhimento e fortalecimento mútuo. Sirlene Reis é mãe atípica da Luiza e participa das rodas de conversa propostas pela APAE. “Não podemos cuidar de alguém com tantas demandas, como o autista por exemplo, sem um equilíbrio físico e mental. Tento manter uma rotina saudável descansando – quando dá, comendo corretamente, fazendo atividades físicas e me distraindo, na medida do possível”, afirma.

Contudo, Sirlene lamenta que essa não é a realidade de todas as famílias. “Minha filha tem 32 anos e acho que consegui aprender que preciso ter algum espaço para mim. Mas foi um caminho difícil e doloroso. A maioria das famílias não têm apoio e as mães acabam muito solitárias e sobrecarregadas, cuidando sozinhas de seus filhos com deficiência”, finaliza.