O câncer representa a primeira causa de morte (8% do total) por doença entre crianças e adolescentes de 1 a 19 anos no Brasil, por isso, falar sobre diagnóstico precoce, estar alerta aos sinais e sintomas, e realizar ações educativas e preventivas relacionadas ao câncer infantil são assuntos urgentes. Esses são alguns dos objetivos do Dia Nacional de Combate ao Câncer Infantil, celebrado em 23 de novembro.
A data – que foi instituída pela Lei nº 11.650/2008 – também visa promover debates e eventos sobre as políticas públicas de atenção integral às crianças com câncer; apoiar as atividades organizadas e desenvolvidas pela sociedade civil em prol das crianças com câncer; difundir os avanços técnico-científicos relacionados ao câncer infantil; e apoiar as crianças com câncer e seus familiares.
O Grendacc, que há 29 anos luta contra o câncer infantojuvenil, faz questão de ressaltar a importância de abordar todos esses temas e de enfatizar a relevância do diagnóstico precoce, seja em campanhas nas suas redes sociais, em simpósios ou encontros.
A instituição, que tem um índice de cura de 80%, a mesma dos grandes centros especializados do país, oferece um tratamento humanizado, de qualidade e integral. No Hospital da Criança, os oncologistas pediátricos trabalham ao lado dos profissionais da equipe multidisciplinar – psicólogos, fisioterapeutas, nutricionistas, assistente social e especialistas em cuidados paliativos. E, de acordo com oncologista pediátrica do Grendacc, Arianne Casarim, “esse trabalho em conjunto traz um ganho incrível para o paciente”.
Atualmente, 16 crianças e adolescentes estão em tratamento efetivo contra o câncer (em quimioterapia) e outros 77 estão em acompanhamento mensal (passando por consultas e exames). Somente em outubro foram realizadas 208 consultas em oncologia e 838 com a equipe multidisciplinar.
O câncer infantil
Embora os cânceres em crianças e adolescentes sejam considerados mais agressivos e se desenvolvam rapidamente, os pacientes respondem melhor ao tratamento, aumentando assim as chances de cura, principalmente quando diagnosticado precocemente. Segundo Arianne Casarim, o diagnóstico precoce muda o curso da doença e aumenta a sobrevida dos pacientes.
O câncer infantil corresponde a um grupo de várias doenças que têm em comum a proliferação descontrolada de células anormais e que pode ocorrer em qualquer local do organismo. Porém, os tumores mais frequentes na infância e na adolescência são as leucemias (que afeta os glóbulos brancos), os do sistema nervoso central e linfomas (sistema linfático).
Outros tipos de câncer que acometem crianças e adolescentes são:
*Neuroblastoma (tumor de células do sistema nervoso periférico, frequentemente de localização abdominal);
*Tumor de Wilms (tipo de tumor renal);
*Retinoblastoma (afeta a retina, fundo do olho);
*Tumor germinativo (das células que vão dar origem aos ovários ou aos testículos);
*Osteossarcoma (tumor ósseo);
*Sarcomas (tumores de partes moles).
Os sintomas do câncer infantil muitas vezes são parecidos com os de doenças comuns entre as crianças, daí a importância de consultar periodicamente um pediatra, bem como ficar atento aos principais sinais e sintomas:
**Dores nos ossos e nos membros, com ou sem inchaço;
**Cansaço excessivo e sem explicação;
**Palidez inexplicada;
**Aumento de volume ou surgimento de massa, especialmente o abdômen;
**Vômitos, dor de cabeça e alterações motoras ou paralisia de nervos;
**Febre prolongada de causa não identificada;
**Manchas roxas e sangramento pelo corpo sem machucados.
A oncologista pediátrica ressalta que diante de um ou mais sintomas é necessário procurar imediatamente um pediatra.