O Hospital de Caridade São Vicente de Paulo (HSV) deu início nesta segunda-feira (30), às atividades de um novo serviço de análise de dados, inédito na região. O DRG, sigla para Diagnosis-Related Groups e que em português significa Grupos de Diagnósticos Relacionados, é uma metodologia internacional de gestão, que utiliza um sistema de classificação de pacientes em grupos homogêneos, com base na complexidade assistencial. Para análise, o recurso considera diversas variáveis, como diagnóstico principal do paciente, idade, doenças preexistentes e procedimentos já realizados, por exemplo. O objetivo é transformar dados assistenciais em informação qualificada para tomada de decisão, visando aprimorar a performance do modelo assistencial e remuneratório. O projeto é conduzido em parceria com o departamento de Projetos da Instituição.
Criado na década de 1970, na Universidade Yale, nos Estados Unidos, o método chegou ao Brasil, em 2011. Entre públicos e particulares, alguns hospitais conceituados já utilizam o recurso. “Criamos um setor direcionado para aplicação da metodologia. O departamento é constituído de profissionais codificadores, formado por três enfermeiras que, com o auxílio da tecnologia, irão levantar as informações disponíveis em cada categoria do DRG clínico e cirúrgico, como quantidade de recursos necessários para cada tipo de tratamento hospitalar, bem como resultados especiais esperados, inclusive na mortalidade e complicações. Com esses dados, será mais fácil avaliar a eficiência e os desfechos clínicos, se os recursos administrativos e financeiros foram aplicados corretamente, entre outros tópicos importantes”, explica a coordenadora médica do serviço, Dra. Lucimar Moraes Lima.
Dentre as vantagens do DRG, estão a redução do tempo de permanência dos pacientes no hospital, alinhamento de metas com a rede de saúde e ampla visualização dos processos assistenciais, além de ajudar a evitar eventos adversos. “O sistema de saúde está em constante evolução. Com o aumento da expectativa de vida e com pacientes com mais comorbidades, a assistência hospitalar passou a ser mais complexa, com incremento crescente dos custos, até em decorrência da maior incorporação de tecnologias em saúde. Esses fatores impactam na forma como se organizam os sistemas assistenciais. Eu gosto de novos desafios e estou muito empolgada com o projeto e com o avanço que ele traz ao HSV”, completou a médica, que trabalha no HSV, há 27 anos.
Capacitação
O início da capacitação da equipe aconteceu na segunda-feira (30). A reunião foi ministrada por consultores especialistas da plataforma DRG da Planisa, empresa de serviços de Gestão de Custos para a área de saúde “A implantação da metodologia DRG nos permitirá otimizar custos hospitalares ao classificar pacientes de forma eficiente, incentivando práticas mais eficazes e melhorando a qualidade do atendimento. Isso resulta em maior sustentabilidade financeira e melhor alocação de recursos na Instituição”, disse a coordenadora de Projetos, Erica Cristina Prado Borges.
Na ocasião, o superintendente do HSV, Matheus Gomes, ressaltou que o investimento compõe as práticas do ESG e o processo de transformação digital da unidade. “Consolidar é o verbo que utilizamos em nosso planejamento estratégico. Muitas ações já foram iniciadas e, agora, nosso foco é consolidar a cultura de governança no Hospital. Trabalhamos em três frentes: governança, questões ambientais e questões sociais. O DRG tem uma importância estratégica para o HSV. Não estamos testando ou criando um piloto, mas, sim, implementando um modelo já consolidado internacionalmente, especialmente nos Estados Unidos. Estamos certos de que, ao adotar essa ferramenta agora, estaremos à frente quando ela se tornar um padrão no país”.