Nas últimas semanas, o país tem registrado alta no número de casos de dengue. Segundo estatísticas do Ministério da Saúde, o Brasil teve aumento de 121 mil casos prováveis de dengue em 10 dias. Para combater o vírus é preciso manter os ambientes higienizados e sem água parada, foco de proliferação do mosquito Aedes aegypti. Com o sinal de alerta, a população deve ficar atenta.
“Os sintomas principais são febre, mal-estar, dor e manchas vermelhas pelo corpo, cefaleia e derrames pericárdicos. A gravidade maior está nos primeiros dez dias da doença e a pessoa pode apresentar febre até o sétimo dia. A previsão é de que o paciente se recupere em até um mês, mas algumas pessoas demoram mais tempo que isso para restabelecer a saúde”, conta o infectologista, Dr. Marco Aurélio Cunha de Freitas. O profissional aproveita para sanar a comparação feita entre os sintomas da doença e da gripe. “A gripe tem uma predominância de sintomas respiratórios que não identificamos na dengue. É característico e perceptível, então a população deve ficar atenta a isso”.
São quatro tipos de vírus diferentes, cada um sendo capaz de apresentar um quadro similar. Os casos mais graves acontecem após o paciente já ter tido a doença anteriormente. Nesse contexto, a recuperação é individual e de acordo com cada quadro clínico. O especialista ressalta que um fator importante na identificação do segmento da doença é verificar se o paciente está perdendo plasma sanguíneo, parte líquida do sangue que corresponde a 55% do volume total desse tecido. Nele, proteínas, sais minerais, dióxido de carbono e outras substâncias estão dissolvidos em água.
“Uma das coisas que olhamos muito na dengue, por meio de hemograma, é a plaqueta, para averiguar se o paciente não está com hemoconcentração. Por exemplo, a dengue hemorrágica pode ser consequência da perda de volume sanguíneo do plasma. Isso causa derrame; ascite, quando há acúmulo anormal de líquidos dentro da cavidade abdominal; derrame pericárdico; e derrame pleural. Então, não ocorre somente quando as plaquetas estão muito baixas de sangramento propriamente dito, mas sim quando há diminuição do volume plasmático total”.
De qualquer maneira, não existe tratamento específico para o vírus da dengue, mas sim para cuidado dos sintomas. São utilizados o tratamento de suporte, que começa com uma hidratação via oral, principalmente para diminuir a chance de evolução da doença, e medicamentos indicados pelo médico.
Para evitar a doença é fundamental e essencial a participação consciente e diária de toda a população. Não deixe água parada e elimine os locais onde o mosquito nasce e se desenvolve, evitando assim sua procriação.