Estudante que atirou em colegas em escola de SP sofria bullying, afirma advogado

O estudante de 16 anos, que atacou a tiros à Escola Estadual Sapopemba, na zona leste de São Paulo, sofria bullying há pelo menos dois anos, segundo o advogado de defesa Antônio Enio.

Na manhã desta segunda-feira (23), Giovanna Bezerra Silva, de 17 anos, morreu e outros três alunos ficaram feridos após serem atingidos por disparos de arma de fogo na escola. Após o ataque, o adolescente foi apreendido.

“Há mais de dois anos ele sofria um grave bullying vindo da escola, porque ele é homossexual assumido. Há um tempo ele começou a gravar esse bullying que ele sofria”, afirmou o advogado.

Segundo Enio, a mãe do adolescente apreendido procurou a diretora da escola para denunciar os episódios de bullying. Entretanto, ela teria apenas recomendado que o jovem mudasse de unidade.

Inconformada com a atitude da diretora, a mãe chegou a registrar um boletim de ocorrência no 70° Distrito Policial há cerca de oito anos. Entretanto, ela não presentou criminalmente no prazo de seis meses, por isso nenhum inquérito policial foi instaurado.

Ao advogado, o aluno confessou a autoria do crime. Apesar de receber tratamento em um Caps (Centro de Atenção Psicossocial), ele contou que não aguentava mais sofrer bullying e que não estava conseguindo dormir.

No último fim de semana, ele decidiu ir para a casa do pai e pegar sua arma. De acordo com a polícia, o registro da arma está regular.

Enio também explicou à reportagem que Giovanna – que morreu com um tipo na cabeça – não era um alvo do adolescente. Sua morte teria sido uma “fatalidade”.

O que diz à Seduc?

A Seduc (Secretaria Estadual de Educação) informou que o aluno envolvido no ataque estuda na Escola Estadual Sapopemba há menos de um ano. Questionada sobre os episódios de bullying e sobre o acolhimento do estudante, a pasta não respondeu.

Fonte: R7