Pesquisa identifica impacto da pandemia nas famílias em situação de pobreza

Quando a pandemia da COVID-19 impactou o mundo, os reflexos na economia foram projetados em todos os países. Quem mais sofreu foi a parcela da população em situação de extrema pobreza. No Brasil, o crescimento da extrema pobreza, na comparação da década, foi de 44,8 milhões de pessoas para 50,1 milhões em 2022. Jundiaí, apesar de também ter sentido o impacto, conseguiu enfrentar melhor a situação que em cidades do mesmo porte, e chegou a ser mencionada pelo Ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, Wellington Dias, como exemplo de enfrentamento à extrema pobreza, pois, em uma década, baixou de 21,3 mil pessoas em extrema pobreza para 16,6 mil em 2022.

De acordo com pesquisa encomendada pela Unidade de Gestão de Assistência e Desenvolvimento Social (UGADS), denominada “Extrema Pobreza”, realizada pelo pesquisador e sociólogo Rodrigo Oliveira, Jundiaí registrava, em 2022, 16.647 pessoas em situação de extrema vulnerabilidade. Na comparação com municípios paulistas com o mesmo porte, a cidade está em melhor situação. Mauá contabilizava 40,5 mil, Piracicaba 33 mil, Santos 33,8 mil e São José do Rio Preto 46,9 mil. Dez anos atrás, as cidades tinham números menores que Jundiaí. A pesquisa já foi apresentada para os gestores municipais, e nesta segunda-feira (07), aos vereadores, em encontro no paço Municipal.

Esforços
Para enfrentar os desafios, o município empenhou esforços e investimentos. Na área de Assistência Social, o volume foi de R$ 62,1 milhões em recursos empenhados em 2022. O montante foi 15,8% maior que o do ano anterior, resultando em R$ 8,5 milhões adicionais. Os recursos foram revertidos em ações como ampliação de serviços e ofertas como cestas básicas e acompanhamento das famílias por equipes especializadas. Somente em segurança alimentar, em 2021 foram mais de 90 mil cestas básicas e cestas verdes entregues à população em situação de vulnerabilidade.

Mas além da assistência imediata às necessidades alimentares, a gestão também ampliou as ferramentas para possibilitar a capacitação e empreendedorismo às pessoas que perderam emprego ao longo da pandemia, ou àquelas interessadas em avançar na carreira. Por 6 meses, entre 2021 e 2022, vigorou o Benefício Social Emergencial, que juntou transferência direta de renda com contrapartidas da população, que pôde prestar serviços em equipamentos públicos enquanto se capacitava em áreas como jardinagem, serviços gerais e limpeza e catalogação de acervos históricos da cidade. As ações de Inclusão Produtiva também seguiram, com retomada do Fórum de Aprendizagem e parcerias com o setor privado em iniciativas de capacitação e empregabilidade de jovens e adolescentes.

Disponibilizado ao público em 2021, o Portal Jundiaí Empreendedora conta com mais de 2,5 mil empresas cadastradas e mais de 40 mil currículos cadastrados. Nesse período, também, já foram mais de 1 milhão de acessos ao portal. O Fundo Social de Solidariedade (Funss) também ofereceu atividades para a capacitação das pessoas. Entre 2021 e 2022 foram mais de 4,2 mil vagas oferecidas em cursos diversos.

Outro equipamento do Município que também alavancou a economia criativa e reduziu os impactos negativos entre a população foi a TVTEC, a partir da Escola de Inovação, Coisas e Negócios. Foram mais de 6,2 mil pessoas formadas em 390 cursos oferecidos gratuitamente ao longo dos dois anos.