Por Dircélio Timóteo
Um pedreiro de 44 anos, tenta entender o motivo de ser culpado de algo que não cometeu na região do Jardim Santa Gertrudes, após boato que se espalhou pelo WhatsApp de estar importunando sexualmente algumas alunas ao saírem de uma escola do bairro. Ele contou que foi abordado por pais de alunos e que tentou de todas as maneiras se explicar e se defender, mas não conseguiu. “Não me deram atenção!”, diz ele.
O homem comentou que o vídeo produzido no momento da abordagem foi compartilhado pela população local, gerando comentários ruins e incitação para um possível linchamento.
Temendo pela vida, o homem entrou em contato nesta quarta-feira (29) com um GM que reside no bairro. O mesmo colocou-se a disposição para ajuda-lo o encaminhando com apoio de uma viatura da Guarda Municipal até o 6° Delegacia de Polícia de Jundiaí, onde foi ouvido pela delegada Rubia Braz Scarpa Fleming.
O acusado explicou estava na via apenas descansando, já que o lugar era tranquilo e oferecia sombras. Ele justificou que fugiu da abordagem dos pais temendo por apanhar.
Emocionado, o acusado falou sobre a atitude tomada pela população por conta de um boato e que a situação poderia ter um fim diferente.
“Tinha muitas pessoas nos grupos falando que iriam me matar. Esse WhatsApp está incriminando e matando pessoas sem ter culpa. Eu estou morto de vergonha da minha esposa, da minha família, por estar passando uma situação dessa. Querem matar, bater em um homem trabalhador. O pessoal queria me linchar a troco de quê? Eu não fiz nada de errado. Eu simplesmente estou trabalhando… trabalhando honestamente e ser abordado por homens desconhecidos e ser detonado na sociedade, nas redes sociais a troco de quê?” – desabafou.
O homem foi liberado e colocou-se à disposição da justiça.