A investigação sobre a morte de David Luiz Porto Santos, 33 anos, após uma sessão de tatuagem em Curitiba, indica que o spray anestésico de lidocaína, que foi usado durante o atendimento, tinha no rótulo a prescrição de uma médica veterinária.
O caso aconteceu em 2021 e o tatuador, José Manoel Vieira de Almeida, foi indiciado por homicídio culposo. O delegado responsável Wallace de Oliveira Brito, do 6º Distrito Policial em Curitiba, informou que nesta sexta-feira (17), o tatuador foi prestar depoimento, mas fez valer-se do direito ao silêncio.
A médica veterinária, do qual o registro profissional aparece no rótulo do spray, prestou depoimento à polícia e segundo o delegado, a mulher diz não conhecer o tatuador e frisou que sua profissão não permite prescrição de remédio para humanos.
Ela ainda negou que teve seu carimbo ou receituário furtado e que não tinha conhecimento de como o tatuador conseguiu o medicamento.
Segundo a família, David morreu, depois ter contato com o anestésico, que foi aplicado em seu braço esquerdo.
A princípio, o tatuador alegou que a vítima teria solicitado o anestésico para diminuir a dor. A esposa da vítima, Monike Caroline de Freitas, prestou depoimento e contestou a fala do suspeito, alegando que ele havia passado o produto sem autorização, e que o tatuador teria usado o medicamento já no final do procedimento, que durou cerca de 8 horas.
Segundo, Monike, David já teria tido várias reações após a aplicação do anestésico, como: pressão baixa, alteração de batimento cardíaco, veias dilatadas, convulsão e perda de sentido. Segundo ela, ele teria chegado sem vida ao hospital.
Laudo do IML
O laudo pericial do IML também contestou a porcentagem de lidocaína presente no medicamento aplicado em David.
O documento diz que “as medicações a base de lidocaína tópica são usualmente vendidas em creme a 4% e spray a 10%”, dose diferente da versão aplicada no cliente, que segundo familiares seria de 20%. Segundo o perito, “não há informação sobre a quantidade de anestésico utilizado”.
Ainda de acordo com o laudo, “a causa da morte é indeterminada. Muito embora, os achados necroscópicos e de exames sejam sugestivos de intoxicação exógena por lidocaína”.
Fonte: CNN Brasil