Profissional do HSV fala sobre prevenção, sintomas e tratamento contra o HIV/AIDS

Com papel de destaque e de importância para a saúde do município, os profissionais do Hospital de Caridade São Vicente de Paulo (HSV) são comunicadores e contribuem para manutenção da saúde da população, sendo voz para temas e assuntos relevantes, alertando sobre riscos de doenças e promovendo informações sobre campanhas de prevenção.

O Vírus da Imunodeficiência Humana Adquirida (HIV) é um retrovírus que ataca o sistema imunológico e compromete a defesa contra microorganismos como bactérias, fungos e outros vírus, além de aumentar o risco de ocorrência de doenças cardiovasculares e de câncer. Nesse combate a desinformação, vale ressaltar que viver com HIV não é sinônimo de apresentar síndrome da imunodeficiência adquirida, a Aids, uma vez que com o tratamento adequado o sistema imunológico é poupado e as complicações decorrentes da infecção não ocorrem. Segundo estimativa da Organização das Nações Unidas (ONU), ao longo do ano passado o Brasil teve 50 mil novos casos, o que fez o país chegar à marca de 960 mil pessoas vivendo com HIV.

De acordo com a médica infectologista Fernanda de Oliveira Souto do Serviço de Controle de Infecção Relacionada a Assistência à Saúde (SCIRAS) do HSV, a infecção pelo HIV pode cursar com um longo período assintomático. “Inicialmente podem surgir sintomas inespecíficos como febre, mialgia, aumento de linfonodos, porém outras manifestações como perda de peso e infecções oportunistas podem demorar anos para ocorrer. Por isso é importante prevenir a doença e procurar atendimento em caso de exposição de risco ou apresentação de sintomas para o diagnóstico adequado”.

A transmissão pode ocorrer por via sexual sem preservativo, pelo compartilhamento de materiais perfuro-cortantes como agulhas e alicates de unha, transfusão de hemocomponentes, na gestação, no parto e pela amamentação em casos de mulheres que vivem com a doença sem tratamento. A disseminação do vírus não ocorre pelo beijo, aperto de mão, contato com suor ou lagrimas, picada de insetos, piscinas, compartilhamento de talheres, copos, sabonetes ou toalhas, por exemplo.

“Nosso maior desafio segue sendo o combate à desinformação e ao preconceito. Deve-se evitar contato de maneira insegura conforme descrevemos. Vale lembrar também que os postos de saúde disponibilizam preservativos de forma gratuita, sendo essa uma das maneiras mais acessíveis de prevenir a infecção”, conta a infectologista.

Diagnóstico e Tratamento

O diagnóstico do HIV é feito por meio de exames que utilizam amostras de sangue ou saliva para detectar a presença de anticorpos contra esse vírus. A identificação e o tratamento precoces são importantes para evitar complicações e garantir qualidade de vida para as pessoas que vivem com HIV. Apesar de ainda não existirem vacinas disponíveis que garantam imunização contra o vírus, estão disponíveis pelo Sistema Único de Saúde (SUS) medicamentos para profilaxia pré-exposição.

“A PrEP é indicada para àqueles com maior risco de entrar em contato com o vírus. Já a profilaxia pós-exposição, que chamamos de PEP, é indicada para pessoas que já foram expostos ao vírus. É importante lembrar que a PEP deve ser administrada em até 72 horas após a exposição. Todas as medidas devem ser prescritas e acompanhadas pelo serviço de saúde de referência. É preciso falar sobre o assunto sem receios. O HIV tem tratamento e a medida mais eficaz contra o vírus ainda é a prevenção”, reforça Fernanda.