Síndrome Burnout: o que é e quais são os sintomas e tratamento

Desde 1° de janeiro, a Síndrome de Burnout, também conhecida como Síndrome do Esgotamento Profissional, passou a ser considerada uma doença ocupacional por conta da nova classificação da Organização Mundial da Saúde (OMS). A doença foi oficializada como estresse crônico de trabalho.

A OMS explica que o esgotamento “se refere especificamente a fenômenos relativos ao contexto profissional e não deve ser utilizado para descrever experiências em outros âmbitos da vida”.

A mudança na definição da síndrome a torna um fenômeno ligado ao trabalho, não ao trabalhador.

Com isso, o burnout passou a ser tratado de diferentes formas. Os trabalhadores passaram a ter os mesmos direitos trabalhistas e previdenciários previstos nas demais doenças relacionadas ao trabalho.

Uma pesquisa com mais de 30 mil trabalhadores de 31 países, encomendada pela Microsoft para a série The Work Trend Index e divulgada em março do ano passado, mostrou que:

  • 54% dos entrevistados sentem que estão trabalhando em excesso
  • 39% relatam estado de exaustão
  • 41% pensam em pedir demissão

No Brasil, uma pesquisa realizada em 2020 mostrou que 83% dos profissionais de saúde demonstram sinais da síndrome de burnout. A doença apareceu em 79% dos médicos; 74% dos enfermeiros; e 64% dos técnicos de enfermagem.

Os dados também apontaram que, quanto mais jovem o profissional, maior a chance de esgotamento, e que a síndrome aparece mais em mulheres.

Burnout

O que é?

Necessariamente relacionado ao trabalho, o burnout é um transtorno que se desenvolve gradualmente por conta de desajustes entre o trabalho e o indivíduo. Ele afeta homens e mulheres que vivem situações de estresse constante ou prolongado no ambiente de trabalho.

A síndrome pode ser decorrente de uma carga horária excessiva, falta de reconhecimento dos chefes ou de um cansaço profundo, por exemplo, que não se resolve apenas com descanso ou férias. Outros fatores que podem desencadear o burnout são:
  • Excesso de responsabilidades
  • Pouca autonomia para tomar decisões
  • Falta de justiça no ambiente de trabalho
  • Conflitos de valor no trabalho

Sintomas

Cansaço extremo, irritabilidade, alterações repentinas de humor: os sintomas do burnout muitas vezes são semelhantes aos de outras condições de saúde como a ansiedade e a depressão.

Os principais efeitos do burnout são:

  • Cansaço excessivo físico e mental
  • Dor de cabeça frequente
  • Alterações no apetite
  • Insônia
  • Dificuldades de concentração
  • Alteração nos batimentos cardíacos

Por ter sintomas parecidos com os da depressão e da ansiedade, a síndrome muitas vezes não é identificada corretamente.

No Brasil, o Ministério da Saúde afirma que a síndrome de burnout “pode resultar em estado de depressão profunda e, por isso, é essencial procurar apoio profissional no surgimento dos primeiros sintomas.”

Os três elementos principais que caracterizam o burnout e o diferenciam de outras condições são:

  • Exaustão: a sensação de que a pessoa está indo além de seus limites e desprovida de recursos, físicos ou emocionais, para lidar com as situações. Mesmo férias ou licenças por motivos de saúde não resolvem o aparente cansaço.
  • Ceticismo: a reação constantemente negativa diante das dificuldades, a falta de interesse no trabalho, ou, ainda, a falta de preocupação com os resultados. O ceticismo é uma forma de insensibilidade, que pode ser agressiva mesmo em relação a amigos e familiares.
  • Ineficácia: a sensação de incompetência, que ocorre quando a pessoa se sente sempre desqualificada, pouco reconhecida e improdutiva.

Dois resultados da presença desses elementos são o “absenteísmo”, quando a pessoa começa a faltar demais ao trabalho, ou o “presenteísmo”, que ocorre quando o indivíduo vai trabalhar mas está mentalmente ausente ou com o pensamento distante das atividades que realiza.

Tratamento

Assim como outros problemas psicológicos, o burnout precisa ser tratado por um psiquiatra e acompanhado por um psicólogo. Segundo o Ministério da Saúde, “o diagnóstico é feito por psiquiatras e psicólogos após análise clínica do paciente e são eles os profissionais de saúde indicados para orientar a melhor forma de tratamento, conforme o caso”.

A psicoterapia é o tratamento mais comum, mas o médico psiquiatra pode também prescrever medicamentos como antidepressivos e ansiolíticos.

Parte do tratamento consiste em mudar as condições do trabalho que levaram a pessoa à exaustão profunda. Também costuma-se recomendar atividade física regular, atividades de lazer, passar mais tempo com familiares e amigos, e exercícios para aliviar a tensão, por exemplo.

Fonte: G1

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