Um estudo publicado na revista Geophysical Research Letters mostra que a Terra já não é tão brilhante quanto antes e que ela tem escurecido em um ritmo perceptível nos últimos anos devido às mudanças climáticas.
Os cientistas do Instituto de Tecnologia de Nova Jersey, nos Estados Unidos, autores do estudo publicado no final de agosto, medem há 20 anos o brilho da Terra, fenômeno em que parte da luz emitida pelo Sol é refletida pelo planeta de volta ao espaço. Nos últimos três anos, eles perceberam que a reflectância da Terra começou a diminuir consideravelmente.
O estudo aponta que o planeta está refletindo cerca de meio watt a menos de luz por metro quadrado do que há 20 anos, o equivalente a uma redução de 0,5% no brilho refletido.
O problema é que, apesar de estar refletindo uma quantidade menor de luz do sol, a Terra está recebendo uma maior quantidade dessa radiação.
“A Terra está recebendo mais calor porque a luz refletida está sendo reduzida, então tem mais luz do sol entrando”, explica Philip Goode, pesquisador do Instituto de Tecnologia de Nova Jersey e principal autor do estudo.
A maior diminuição na cobertura de nuvens ocorreu nas costas oeste das Américas do Norte e do Sul, segundo o estudo, a mesma região onde as temperaturas da superfície do mar têm aumentado devido às mudanças climáticas.
À medida que o oceano aquece e esfria em diferentes lugares, ocorrem mudanças na trajetória da corrente de jato. Essa mudança tem um impacto direto nas condições meteorológicas e no clima de longo prazo, especialmente nas costas ocidentais das Américas do Sul e do Norte, dizem os pesquisadores, sem especificar quais são as condições.
Brilho da Terra
Cerca de 30% da luz que a Terra recebe do Sol é refletida pelas nuvens e volta no universo, iluminando a superfície da Lua visível do nosso planeta.
A quantidade de luz refletida pelo Sol varia de noite para e de estação para estação. Os meses da primavera no hemisfério Norte, nos dias próximos à lua nova, é a melhor época para observar o fenômeno.
Fonte e foto: G1